Dona lamenta morte de cachorro que fugiu e foi sacrificado no CCZ por ter leishmaniose
A estudante de direito Luciana Gerike de Lima, 34 anos, está inconformada desde que seu cachorro, da raça poddle mini, foi morto no CCZ (Centro de Controle de Zoonoze). Ela revela que o animal fugiu de casa no último domingo (3), por voltas das 14 horas, e que somente nesta quinta-feira (7) descobriu que uma […]
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A estudante de direito Luciana Gerike de Lima, 34 anos, está inconformada desde que seu cachorro, da raça poddle mini, foi morto no CCZ (Centro de Controle de Zoonoze). Ela revela que o animal fugiu de casa no último domingo (3), por voltas das 14 horas, e que somente nesta quinta-feira (7) descobriu que uma pessoa que mora próxima a sua residência o encontrou e o levou para o centro. Contudo, ao chegar ao CCZ descobriu que o bichinho já havia sido sacrificado.
Luciana, que era completamente apaixonada pelo bicho, afirma que está desde domingo, por volta das 15 horas, procurando o animal. A estudante revela que assim que percebeu que Nick havia fugido começou a procurá-lo nas redondezas. “Andei o bairro todo, a pé, de carro, gritei o nome dele pelas ruas e nada”, relata.
Nesta quinta-feira (7), ela soube por meio de uma amiga da filha, Isabela, de 13 anos, que uma mulher, que mora próxima a sua casa, tinha encontrado o animal. Contudo, ao entrar em contato a vizinha relatou que não tinha condições de ficar com ele e o levou ao CCZ. Chegando lá, a notícia: Nick já tinha sido sacrificado havia dois dias.
De acordo com Lucinana, o animal era portador de Leishmaniose, mas passava por tratamento em uma clínica particular. O cão que era o xodó do filho mais novo de Luciana, Antony, sete meses, deixou todo mundo abalado. Ela conta que o bichinho amava tanto o filho que quando ele chorava era o primeiro a correr para o lado do berço para ver como o garoto estava.
“Ele cuidava do Antony. Era muito amoroso. Estamos todos muito tristes. Minha filha de treze anos, Isabela, também está arrasada. Ela não para de chorar”, conta.
Luciana lembra que não tem mais como resolver o problema, afinal Nick já foi morto. Mas questiona se o CCZ não deveria ter cumprido um prazo antes de sacrificar o animal. “Eles não deveriam dar um tempo para o dono procurar. Como funciona? Eu cheguei lá ontem e o Nick já estava morto há dois dias. Só me disseram que sacrificaram meu cachorro na terça-feira. E apenas hoje me deram o laudo”, reclama.
Outro questionamento feito pela estudante é sobre o fato de o cachorro ter sido sacrificado sob alegação de ser abandonado. Ela pontua que o animal realmente fugiu e que não estava com coleira de identificação, ou objeto semelhante, entretanto lembra: um animal abandonado é visivelmente diferente de um animal cuidado. Qualquer um que o pegasse perceberia que ele tem dono. Estava bem tratado, cuidado.
Além disto, Luciana apurou, junto ao CZZ, que a veterinária que assina o laudo está de férias e a assinatura encontrada no documento é digital.
Sinais exteriorizados
A assessoria de imprensa da Prefeitura de Campo Grande afirmou que não é possível saber que os animais que chegam ao local estão recebendo tratamento contra Leishmaniose. “O animal continua tendo anticorpos indicando a doença. Não há como fazer diferenciação e, no caso deste animal especificamente, já tinha sinais exteriorizados dos sintomas, pelo emagrecimento evidente”, alegam.
Sobre prazos para buscar os animais no local, a assessoria informou que assim que chegam ao CCZ é feito o exame para atestar o negativo para leishmaniose e que os bichos em que a doença não é constatada, se o proprietário não se manifestar após três dias, são castrados e disponibilizados para adoção.
No caso específico da Nick, a assessoria alega que o animal foi encontrado sem coleira ou qualquer tipo de identificação e que o período entre o dia 3, data em que foi entregue ao centro, e o dia 6, em que foi sacrificado, houve prazo para a dona procurar o CCZ. Caso ela tivesse ido até o local, o animal seria entregue, porém ela assinaria um termo de infração por ter um animal com leishmaniose, que pode transmitir a outros animais e ao ser humano a doença.
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