O dólar fechou em forte alta nesta sexta-feira puxado pela maior demanda no fim do ano diante da redução dos estímulos monetários nos Estados Unidos e da extensão do programa de atuações cambiais menos intenso do Banco Central brasileiro. A moeda americana avançou 1,58%, a R$ 2,3875 na venda, chegando a R$ 2,3902 na máxima da sessão. Na véspera, a moeda dos Estados Unidos fechou em alta de 0,33%, a R$ 2,3503.

“Os números da economia dos EUA vão balizar o mercado, após a diminuição do aporte do FED (Federal Reserve, banco central americano)”, afirmou o superintendente de câmbio da Intercam, Jaime Ferreira. “A avaliação do mercado é que, dependendo da evolução mais forte da economia, o FED poderá acelerar a retirada dos estímulos”, emendou. A economia dos EUA cresceu no ritmo mais rápido em quase dois anos no terceiro trimestre, a uma taxa anual de 4,1%, em vez do ritmo de 3,6% divulgado anteriormente neste mês. Na quarta-feira, o Federal Reserve anunciou que começará a reduzir seu programa mensal de estímulos em US$ 10 bilhões, a US$ 75 bilhões, o que vai limitar um pouco a liquidez mundial.

Poucas horas depois, veio o BC brasileiro divulgando que vai estender seu programa de intervenções cambiais até meados de junho, mas com a metade do que é ofertado hoje em leilões de swap cambial tradicional – equivalente à venda de dólares no futuro.

“Nesse fim de ano, o fluxo tende a ser de saída de dólares mesmo. Não precisa de grandes notícias para que o dólar suba”, afirmou o operador de câmbio da Renascença, José Carlos Amado.

Mas, por enquanto, o BC mantém suas rações diárias intactas. Nesta sexta-feira, ofertou até US$ 1 bilhão com compromisso de recompra em 5 de maio de 2014, com taxa de R$ 2,451143. Mais cedo, a autoridade monetária concluiu a rolagem integral dos swaps tradicionais – equivalentes a venda futura de dólares – que vencem em janeiro, equivalentes a US$ 9,93 bilhões. O próximo lote de swaps vence em 3 de fevereiro e equivale a US$ 11,028 bilhões.

Para Ferreira, da Intercam, com o dólar chegando a R$ 2,40, o mercado ficará atendo à possibilidade de o BC realizar alguma intervenção extra com o intuito de se defender essa marca. “Se bater R$ 2,40, vamos ver como será a reação do BC”, afirmou Ferreira, da Intercam.