Dj’s de Corumbá comemoram regulamentação de profissão pelo Ministério do Trabalho

Ter a carteira assinada como “sonorização”, “produtor musical” ou “sonoplasta”, quando, na realidade, a profissão é outra, tem um ar constrangedor, afirmam os Dj’s de Corumbá ao externarem a satisfação após regulamentação da profissão que exercem. Cinquenta e nove profissões passaram a ser reconhecidas pelo Ministério do Trabalho na semana passada. Baristas, DJ’s, musicoterapeut…

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Ter a carteira assinada como “sonorização”, “produtor musical” ou “sonoplasta”, quando, na realidade, a profissão é outra, tem um ar constrangedor, afirmam os Dj’s de Corumbá ao externarem a satisfação após regulamentação da profissão que exercem. Cinquenta e nove profissões passaram a ser reconhecidas pelo Ministério do Trabalho na semana passada. Baristas, DJ’s, musicoterapeutas, equoterapeuta e sommelier são algumas profissões que agora integram a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), uma espécie de dicionário das profissões no Brasil. Neste guia estão registradas 2.558 atividades.

O Dj Léo Duarte disse que há muito tempo aguardava por essa determinação. Trabalhar de forma “não regulamentada”, já criou diversas situações constrangedoras. “Ter minha profissão regulamentada me traz diversos benefícios. Hoje, posso dizer que me sinto de igual pra igual com todos os demais trabalhadores. A legislação, agora que meu serviço é reconhecido, é a mesma para as demais profissões. É desagradável ver que quando faço contratos para trabalho, tenho que colocar minha profissão como sonorizador ou produtor musical. Não é isso que eu faço, minha profissão não é essa. Eu toco música, faço as pessoas dançarem, sou o Dj da festa, o responsável pelas músicas e quero ser reconhecido assim. Agora que vou ter todos os direitos trabalhistas reconhecidos, vou conversar com os donos dos locais onde trabalho e regularizar a situação. Há 16 anos estou nesse setor e quero o mais rápido possível ter minha profissão reconhecida, vamos ver a criação de um sindicato, temos que nos unir agora, pois, já conquistamos o que queríamos, agora é correr atrás de sua execução”, afirmou.

Há 20 anos na carreira, o Dj Guto Loureiro aponta que apesar do reconhecimento, é necessário que ofereçam cursos para a formação de novos Dj’s, o que irá garantir profissionais de qualidade. “Nossa profissão é uma profissão que veio do exterior e aos poucos está ganhando seu espaço. Agora que foi reconhecida é necessário que envolvam pessoas que tenham um elo com o setor, para que o progresso da área não fique parado apenas ao reconhecimento pelo Ministério. Porém, já é um avanço, ser reconhecido em todas as áreas pelo que você faz, é um grande mérito. Uma vez, quando fui tirar um cartão de crédito no banco tive que assimilar a profissão e dizer que era sonoplasta, sendo que sou Dj, então, essas situações constrangedoras acabaram”, argumentou.

“Agora podemos dizer que somos mais reconhecidos como Dj do que nunca!”, disse animado André Midon, que já conversou com o proprietário da casa onde trabalha há 15 anos e se prepara para ter na carteira sua profissão reconhecida. “Há 15 anos trabalho na mesma casa e já tenho minha carreira trilhada. Já tenho meu reconhecimento profissional, nas redes sociais, onde trabalho, agora é só a mudança para uma questão trabalhista, porque isso não vai interferir muito. Agora que somos reconhecidos é continuar trabalhando da mesma forma, sempre a frente do que é lançado no meio musical e animar a pista sempre. Ser reconhecido em todos os setores é uma questão muito boa, foi uma ótima notícia”, concluiu.

A profissão de DJ surgiu com os radialistas que selecionavam músicas para tocar em seus programas nos anos 70. Os DJ’s das pistas de dança tiveram surgimento gradual e, aos poucos, foram ganhando espaço nas pistas de dança. Até então, as festas geralmente eram animadas por conjuntos musicais. Aos poucos, as festas mais badaladas começaram a ser as que contavam com a presença do Disc-Jóquei. Assim surgiu a profissão.

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