Dilma já está em Malabo, na Guiné Equatorial
A presidenta Dilma Rousseff chegou na madrugada de hoje (22) a Malabo, na Guiné Equatorial, onde participa da 3ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo América do Sul-África (ASA). Dilma tem atividades durante todo o dia, com almoço, reuniões e encerramento previsto para as 18h30 (14h30 em Brasília). A presidenta viajou acompanhada por […]
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A presidenta Dilma Rousseff chegou na madrugada de hoje (22) a Malabo, na Guiné Equatorial, onde participa da 3ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo América do Sul-África (ASA). Dilma tem atividades durante todo o dia, com almoço, reuniões e encerramento previsto para as 18h30 (14h30 em Brasília). A presidenta viajou acompanhada por vários ministros, como Antonio Patriota (Relações Exteriores), Helena Chagas (Secretaria de Comunicação Social) e Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).
A Cúpula América do Sul-África (ASA) representa a consolidação de compromissos baseados na integração sul-americana e o aprofundamento das relações com o Continente Africano. Ontem (21), o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, destacou a importância da cúpula. “É a reafirmação do compromisso político com a busca de novas modalidades de aproximação entre os dois continentes”, disse.
Patriota ressaltou que a soma entre os continentes da América do Sul e da África resultada em um território de 48 mil quilômetros quadrados, com riqueza de recursos naturais e biodiversidade, além de uma população considerada jovem, em um total de 1,4 bilhão de pessoas. Segundo ele, as duas economias atingem um Produto Interno Bruto (PIB) de mais de US$ 6 trilhões.
“Hoje, abre-se espaço para que a voz da América do Sul e da África, como países em desenvolvimento, seja cada vez mais ouvida. É fundamental aproveitar o momento, promover a discussão da necessidade de maior participação de nossos países nos foros da governança global”, destacou o chanceler brasileiro.
Patriota reiterou a necessidade de o Conselho de Segurança das Nações Unidas refletir o crescimento exercido pelos países sul-americanos e africanos. “O Conselho de Segurança da ONU reflete uma ordem internacional que não existe mais. O conselho não tem membros africanos ou sul-americanos no seu núcleo decisório de integrantes permanentes”, disse.
Para o chanceler, “a ampliação [do conselho], com novos assentos permanentes e não permanentes para países em desenvolvimento, é essencial para torná-lo mais legítimo e representativo. “Afinal de contas, juntas, a América do Sul e a África representam 66 países-membros das Nações Unidas”, acrescentou.
Patriota aproveitou para defender a candidatura brasileira à direção-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), por intermédio do embaixador Roberto de Azevêdo. “Na OMC, devemos aproveitar a oportunidade para eleger um novo diretor-geral proveniente de um país em desenvolvimento, preferencialmente da América do Sul ou da África”, disse.
O chanceler lembrou que os continentes estão empenhados em vencer o que chamou de “desafios comuns”, como a erradicação da pobreza, a garantia da segurança pública, a promoção da competitividade econômica e a distribuição mais equitativa da renda proveniente de recursos naturais. O intercâmbio comercial entre as duas regiões aumentou consideravelemente no período de 2002 a 2011. Pelos dados do governo brasileiro, o comércio entre o Brasil e a África passou de US$ 5 bilhões, em 2002, para US$ 26,5 bilhões, em 2012. “Mas é essencial continuar a construir pontes – por meio de linhas marítimas e aéreas, cabos de fibras óticas, turismo e encontros culturais – para que haja uma genuína aproximação entre nossas sociedades”, destacou Patriota.
O ministro lembrou ainda a história que une as duas regiões: “A verdade é que a África civilizou boa parte da América do Sul, o que faz deste um encontro entre irmãos. No passado, o Atlântico Sul foi marcado por séculos de violações sistemáticas dos direitos humanos em que milhões de africanos migraram para o nosso continente como escravos”.
Patriota ressaltou que hoje, em contraste com aquele passado atentatório à dignidade humana, os dois continentes trabalham para a construção de sociedades que conjuguem paz, desenvolvimento sustentável e justiça social, em benefício de uma ordem internacional mais democrática.
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