Depois de reunir todo o seu ministério para tentar superar a pior crise em dois anos e meio de governo, a presidente Dilma Rousseff encaminhou nesta terça-feira ao Congresso Nacional sua proposta de plebiscito para a reforma política no Brasil. O texto genérico contém cinco temas, mas não estabelece as perguntas que seriam feitas à população, já que essa é uma prerrogativa do Legislativo. No entanto, a formalização da proposta evidencia a disposição de Dilma e do PT de tentar tirar proveito do momento que vive o país para aprovar as mudanças no sistema eleitoral já para as eleições do próximo ano.

O documento do Palácio do Planalto chegou ao Congresso pelas mãos do vice-presidente da República, Michel Temer, e do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e enumera cinco temas: 1) financiamento de campanha; 2) sistema de eleição de deputados e vereadores; 3) modelo de suplência de senador; 4) existência de coligações em eleições para deputado e vereador, e 5) fim do voto secreto no Parlamento.

“O Congresso é quem manda e é o Congresso quem vai fazer”, afirmou Cardozo. “Eu acredito que o povo, ao ser consultado, tem totais condições de dizer o sistema que ele quer para eleger as pessoas que os representa”, completou.

O discurso do vice-presidente foi semelhante: “O que estamos fazendo é uma mera sugestão. Quem vai conduzir o processo do início até o final é o Congresso”, disse Temer. Segundo ele, os parlamentares podem acrescentar outros tópicos à consulta popular.