Demissão de funcionários levanta suspeitas sobre fechamento da Zara em Campo Grande

Mal abriu as portas, Zara demite ‘time’ de funcionários: será o fim da rede na cidade?

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Mal abriu as portas, Zara demite ‘time’ de funcionários: será o fim da rede na cidade?

A loja da Zara, rede europeia de roupas e acessórios femininos e masculinos que empolgou campo-grandenses há pouco menos de três meses, pode estar com os dias contados em Campo Grande. O movimento da unidade inaugurada com o Shopping Bosque dos Ipês teria decepcionado a empresa. Funcionários já foram demitidos e a expectativa entre quem sobrou é de que o fechamento está próximo.

A confirmação de que empresa viria para a cidade fez os campo-grandensses mais, digamos, estilosos – porém conformados às poucas opções – sorrirem aliviados. Finalmente alguém havia enxergado a Capital.

O problema é que a cidade, o público consumidor propriamente dito, não a enxergou ou, em outras palavras, não deu lucro suficiente à empresa. Por essas bandas, a rede, ao que tudo indica, está passando por um mau período. Será o fim da Zara em Campo Grande? A julgar pelas recentes demissões de funcionários, e pelas opiniões de quem ficou na rua, parece que sim, e em curto prazo, talvez.

Uma ex-funcionária, que pediu para não ser identificada, contou ao Midiamax que, na semana passada, ela e pelo menos mais 20 colaboradores, entre coordenadores, vendedores e operadores de caixa, foram desligados da empresa. A ordem veio “de cima”, sem uma justificativa convincente, analisou.

“Foram mais de 20 pessoas mandadas embora. Eles não estão lucrando em Campo Grande. Acredito que seja por conta da localização”, disse, ao comentar que o faturamento está tão baixo que os lucros de um mês aqui, se comparado a qualquer Shopping de São Paulo, representam apenas um dia de vendas na metrópole.

A situação, narrou, está tão crítica que a comparação pode ser feita, também, em horas. “O que vendíamos em um sábado ou domingo aqui era venda de uma hora no Shopping Morumbi. Campo Grande sempre está em última colocação nas vendas”, relatou.

A ex-colaboradora embasa a suspeita da “falência” na Capital citando os caminhões de mercadorias que chegam a todas as unidades da empresa, no Brasil ou no exterior. “Chega [carga] duas vezes por semana, em todas as Zaras do mundo. Aqui não é diferente. Chega, mas vêm menos peças”, observou.

Para a profissional, a localização do Bosque dos Ipês é um fator que dificulta, de fato, o acesso do público, a procura, mas não é só isso. “Acho que o povo daqui é tudo jacu. A Zara é conceitual e muitas coisas não se aplica a Campo Grande”, alfinetou.

O movimento é realmente baixo, segundo colaboradores. “A Zara masculina aqui não vende um quinto do que as mais movimentadas de São Paulo vendem. É bem pouco. O fluxo é pouco. Muito pouco”, diz um deles.

Na avaliação dele, em Campo Grande a rede européia pode não fechar as portas de imediato, mas vai terá “dor de cabeça” por, pelo menos, um ano, até o Shopping se consolidar.

Mais pessimista, a ex-funcionária discorda. Acredita que a marca vai dar tchau a Campo Grande logo, logo. “Acho que a loja é boa, mas foi aberta no lugar errado. Eles queriam elitizar, colocando o shopping em um lugar distante, mas na verdade, ele ficou jogado às moscas”, disparou.

Será mesmo que os fashionistas, com “síndrome de se vestir bem”, ficarão desamparados? É esperar para ver. O Midiamax procurou a assessoria da Zara, em São Paulo, e aguarda um posicionamento.

(Editado às 17h47)

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