De crianças a adultos, ninguém resiste ao canto das cigarras

Gri, gri, gri, gri, gri, gri, gri…Quem nunca parou debaixo de uma árvore e ficou ouvindo o canto das cigarras até dormir? O estridulado delas é música para quem gosta da natureza. De crianças a adultos não tem quem não goste de relaxar ao canto delas no fundo. Muito comum até os anos 80 em […]

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Gri, gri, gri, gri, gri, gri, gri…Quem nunca parou debaixo de uma árvore e ficou ouvindo o canto das cigarras até dormir? O estridulado delas é música para quem gosta da natureza. De crianças a adultos não tem quem não goste de relaxar ao canto delas no fundo.

Muito comum até os anos 80 em todos os cantos de Campo Grande, o canto da cigarra já não pode ser ouvido com tanta facilidade. Uma criança dos anos dois mil dificilmente já viu o exoesqueleto da cigarra.

Os antigos acreditavam que de tanto cantar, as cigarras “explodiam”. Mas, na verdade, a “casquinha” vista em árvóres ou próximas a elas com o formato dos insetos são o resultado da ecdise, ou seja, a última troca de esqueleto da cigarra na fase adulta.  

A paulista Taciane Aline Tudisco dos Santos, 31 anos, conta que apesar de estar vivendo há muito tempo em cidades grandes e não ter mais o costume de ouvir o canto da natureza não se esquece da primeira vez que viu uma. “Eu tinha apenas 9 anos quando vi uma casquinha de cigarra pela primeira vez, nunca vou me esquecer disto”, diz nostálgica.

Para ela, o canto das cigarras tem gostinho de infância. E não tem como não relaxar com o estridulado delas no fundo.

O também paulista Diego Arena, 30 anos, conta que não costuma ver cigarras em São Paulo. Mas, fã de Campo Grande sempre aproveita a cidade quando está por aqui. Ele revela que estava passando pelo Horto Florestal e decidiu parar para ouvir o canto das cigarras que para ele é uma viagem ao tempo de criança.

Os irmãos Thiago Chelega Costa de Carvalho, 6 anos, e Matheus Chalega Costa de Carvalho, 9 anos também não resistem. Os dois contam que gostam de ouvir o canto para relaxar.

O pai dos meninos, Estevão Costa de Carvalho, 33 anos, revela gostar muito da natureza e por isso sempre leva os filhos para ter contato mais direto. E eles claro, adoram.

Já os irmãos Gusthavo Cáceres, 11 anos, Adrian Cáceres, 7 anos, e Leeziê Cáceres, 6 anos, acham que o canto parece com a casa da vovó. “Lá na bisa tem um monte”, diz o mais velho revelando que o canto tranquiliza, por isso sempre aproveita para ouvir e descansar.

Já o estudante de educação física Márcio Bruno dos Santos, 22 anos, diz que a tranquilidade que o canto passa é boa para estudar. Ele revela que sempre que pode aproveita o tempinho de folga e estuda ao canto das cigarras, o que, segundo ele, ajuda a manter a mente tranquila e ter uma melhor aprendizagem.

Cigarras

Para quem não sabe, o professor de biologia do Instituto Federal e Educação, Ciência e Tecnologia do Mato Grosso do Sul (IFMS), Vitor Sanches, explica que o canto das cigarras é um ‘chamamento’ para o acasalamento.

Ele explica que o ciclo de vida delas gira em torno de dois anos. Primeiro elas se desenvolvem no subterrâneo sugando a seiva das raízes das árvores. Quando cigarra adulta, bota o ovo, a larva vai para debaixo da terra, ai ela fica cerca de dois anos nesse estágio de vida subterrâneo e eclode. Quando sobe da terra procura uma árvore para fazer a muda, que é a troca do exoesqueleto.

Ele explica que a cigarra procura a árvore mais alta possível, pois neste estágio fica imóvel e pode ser atacada por predadores. Ao trocar o exoesqueleto, entra na fase alada. Que é quando procura um parceiro para reprodução. “Esse canto que a gente escuta é a busca dos parceiros”, diz. Até que ela se reproduz e morre.

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