Cultivo da soja na região sul de MS é considerado risco para produtor rural

A antecipação da semeadura de soja para setembro é uma das reivindicações do setor produtivo, mas o cultivo na região sul de Mato Grosso do Sul é considerado um risco. O assunto foi pauta de uma Reunião Técnica realizada entre membros de instituições de pesquisa, de ensino e entidades representativas do agronegócio que aconteceu na […]

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A antecipação da semeadura de soja para setembro é uma das reivindicações do setor produtivo, mas o cultivo na região sul de Mato Grosso do Sul é considerado um risco.

O assunto foi pauta de uma Reunião Técnica realizada entre membros de instituições de pesquisa, de ensino e entidades representativas do agronegócio que aconteceu na Embrapa Agropecuária Oeste, em Dourados (MS). O engenheiro agrônomo e pesquisador da Fundação MS, André Lorenção, que participou da reunião, reforça a importância de seguir as recomendações do que foi apresentado na ocasião. “Seguir orientações técnicas é fundamental para que o agricultor mantenha índices de produtividade satisfatórios em sua propriedade”, afirma. “O produtor é um grande pesquisador, mas, por outro lado, aplicar técnicas comprovadamente eficazes gera mais segurança e facilita a atividade no campo”, acrescenta.

Em julho, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou o período do zoneamento agrícola de riscos climáticos para a cultura da soja, que permanece a partir de 1º de outubro para safra 2013/2014. Na época, a pasta divulgou o as restrições que produtores rurais sofreriam, entre elas, o acesso a determinadas linhas de créditos oferecidas pelo governo, como o seguro da lavoura e o Programa Agricultura de Baixo Carbono (Programa ABC).

Além das restrições impostas pelo Mapa, a Embrapa realizou estudos para avaliar a efetividade do plantio durante o período de zoneamento. Cultivares de soja de ciclo semiprecoce, as mais utilizadas na região sul do Estado. Os resultados demonstram que o cultivo é considerado de risco, inclusive em semeaduras realizadas em períodos recomendados pelo zoneamento agrícola, devido à ocorrência frequente de veranicos e estiagens.

Os tipos de solos argilosos predominantes da região, com características de arenosos, armazenam pouca água, e agravam ainda mais a situação. Com isso, a pesquisa indica que o produtor sempre adote práticas que reduzam os riscos de deficiência hídrica, como a semeadura no período recomendado pelo zoneamento agrícola e o uso do Sistema Plantio Direto na palha.

“No começo, pode parecer que haverá uma redução do índice, mas a irrigação é importante para que a falta de água não se torne um problema”, Lorenção. “Em setembro, quando há menos chuvas, a semeadura de soja deve ser feita apenas se o solo estiver com condições satisfatórias de umidade, conforme a recomendação do zoneamento agrícola”, conclui o pesquisador.

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