Criado para ser ‘celeiro do Brasil’, MS chega aos 36 com dúvidas sobre o desempenho

Mesmo depois de 36 anos da criação de Mato Grosso do Sul, a população do Estado ainda não tem certeza quanto aos benefícios que a medida proporcionou à região. As opiniões são as mais variadas, desde os que criticam a questão do nome, que muitos artistas e políticos ainda não se acostumaram a citar acertadamente, passando pelo lado econômico e político.

O fotógrafo Roberto Higa, 62 anos de idade, que trabalhou no Mato Grosso uno e posteriormente nos dois estados, afirma que em determinados momentos sente-se em dúvida quanto ao assunto.

Higa disse que de uma forma geral vê Mato Grosso em melhor condições que Mato Grosso do Sul. “Parece até que eles (Mato Grosso) é que são o novo. Aqui as cidades que eram pequenas ficaram menores ainda e por lá, aqueles municípios que estavam nascendo tiveram um grande impulso e hoje são destaque. Neste ponto acho que o Mato Grosso ficou melhor”, continuou.

Concluindo, o experiente fotógrafo compara os dois estados e afirma que no turismo Mato Grosso tornou-se mais profissional. “Além disso eles têm a Miss Brasil, a Copa do Mundo e os times de futebol deles estão melhor que os nossos. Por ai da para tirar as conclusões”, afirmou.

O construtor Edson Elias, de 55 anos, é de opinião que a criação de Mato Grosso do Sul causou uma certa perda política à região, principalmente para Corumbá, sua cidade natal. “Antes da divisão, Corumbá tinha muitos representantes na política do Estado, até um vice-governador. Depois disso ficamos um pouco afastados, e somente agora, como senador Delcídio do Amaral e que a cidade voltou a ter um representante. Outra coisa que perdemos foi a Transpantaneira, que ligaria Corumbá a Coxim e agora está parada. Então perdemos muito”, afirma.

O autônomo André Marcelo, 40 anos, vê a criação do Estado como favorável, principalmente para Campo Grande. “Em outras cidades não houve grandes reflexos, mas em Campo Grande a mudança foi sensível. A cidade ganhou status de Capital, trabalho não falta e o desenvolvimento urbano foi visível”, afirmou.

O trabalhador autônomo, no entanto faz restrições aos políticos. “Os políticos de Mato Grosso estão sempre em maior evidência nacional que os daqui. Acredito que eles são mais ágeis que os nossos”, concluiu.