CPI do Calote: dona da Vyga recebe R$ 840 mil em atrasados no dia de prestar depoimento

Os vereadores da CPI estranharam o dinheiro cair na conta justamente neste dia. A proprietária da empresa recebeu uma parcela de R$ 840 mil em pagamentos atrasados

A primeira pessoa ser ouvida na manhã desta terça-feira (23), na CPI do Calote na Câmara, foi a proprietária da empresa de limpeza Vyga. Segundo os vereadores, ‘estranhamente’ a empresa foi paga no dia do depoimento da proprietária, Márcia Regina Pereira Rorigues.

Márcia contou durante depoimento que o dinheiro dos seis meses de pagamento atrasado foi depositado em sua conta e que ela tomou conhecimento disso momentos antes de ir depor na CPI.

A dona da Vyga disse que nunca foi comunicada oficialmente de que não iria receber, apenas informalmente. “Cada vez tinha uma desculpa verbal diferente: uma nota de empenho, um serviço que não teria sido atestado, entre outros”, contou.

Márcia declarou que a Vyga tem 6 contratos com a prefeitura sendo 4 na Funesp (Fundação Municipal de Esporte), 1 no Inpcg (Instituto Nacional de Previdência de Campo Grande) e 1 na Funserv (Fundo de Assistência à Saúde do Servidor Municipal ). Ela disse que todas as notas fiscais emitidas foram atestadas pelo representantes locais e não haveria motivo para a prefeitura não pagar.

“Fui comunicada que o pagamento ia sair por esses dias e hoje o pagamento está na conta. O valor líquido já descontado os encargos, é de R$ 840 mil. Hoje prefeitura não deve mais nada pra mim”, declarou.

O vereador Otávio Trad (PtdoB)levantou a questão de que é muito estranho esse pagamento ter saído bem no dia da oitiva e foi seguido pelo presidente da CPI, vereador Paulo Siufi (PMDB).

Foi questionado por diversas vezes se a dona da Vyga iria acionar Bernal na Justiça e ela falou apenas que chegou até a pensar em tomar alguma medida judicial, mas que agora não há mais necessidade.

Marcia Regina pontuou que mesmo tendo recebido os atrasados, 62 funcionários estão de aviso prévio e se o contrato não for renovado os funcionários terão que ser demitidos. O contrato com a empresa encerrou no dia 30 de junho, mas tem previsão de ser prorrogado.