Corpo de 237ª vítima de incêndio é enterrado em Santa Maria

O corpo de Bruno Portella Fricks, 22 anos, foi enterrado por volta das 10h desta segunda-feira no Cemitério Santa Rita de Cássia, no bairro Camobi, em Santa Maria. Cerca de 300 pessoas estiveram no local para a despedida. O jovem é a 237ª vítima do incêndio na boate Kiss e morreu na noite de sábado […]

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O corpo de Bruno Portella Fricks, 22 anos, foi enterrado por volta das 10h desta segunda-feira no Cemitério Santa Rita de Cássia, no bairro Camobi, em Santa Maria. Cerca de 300 pessoas estiveram no local para a despedida. O jovem é a 237ª vítima do incêndio na boate Kiss e morreu na noite de sábado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, onde estava internado desde o incidente.

Para os amigos, o jovem será lembrado pelo sorriso, pelo espírito brincalhão e pela afinidade que tinha com Brenda, sua irmã de 15 anos, que até o último momento tinha esperanças de que o irmão conseguiria se recuperar. “Era um rapaz muito trabalhador, vitorioso, estava sempre rindo, muito palhaço”, disse a estudante de Relações Públicas Fernanda Cruz, 21 anos, amiga de infância de Bruno.

Incêndio na Boate Kiss

Um incêndio de grandes proporções deixou mais de 230 mortos na madrugada do dia 27 de janeiro, em Santa Maria (RS). O incidente, que começou por volta das 2h30, ocorreu na Boate Kiss, na rua dos Andradas, no centro da cidade. O Corpo de Bombeiros acredita que o fogo tenha iniciado com um artefato pirotécnico lançado por um integrante da banda que fazia show na festa universitária.

Segundo um segurança que trabalhava no local, muitas pessoas foram pisoteadas. “Na hora que o fogo começou, foi um desespero para tentar sair pela única porta de entrada e saída da boate, e muita gente foi pisoteada. Todos quiseram sair ao mesmo tempo e muita gente morreu tentando sair”, contou. O local foi interditado e os corpos foram levados ao Centro Desportivo Municipal, onde centenas de pessoas se reuniam em busca de informações.

A prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias e anunciou a contratação imediata de psicólogos e psiquiatras para acompanhar as famílias das vítimas. A presidente Dilma Rousseff interrompeu uma viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde se reuniu com o governador Tarso Genro e parentes dos mortos. A tragédia gerou uma onda de solidariedade tanto no Brasil quanto no exterior.

Os feridos graves foram divididos em hospitais de Santa Maria e da região metropolitana de Porto Alegre, para onde foram levados com apoio de helicópteros da FAB (Força Aérea Brasileira). O Ministério da Saúde, com apoio dos governos estadual e municipais, criou uma grande operação de atendimento às vítimas.

Na segunda-feira, quatro pessoas foram presas temporariamente – dois sócios da boate, Elissandro Callegaro Sphor, conhecido como Kiko, e Mauro Hoffman, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Augusto Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos. Enquanto a Polícia Civil investigava documentos e alvarás, a prefeitura e o Corpo de Bombeiros divergiam sobre a responsabilidade de fiscalização da casa noturna.

A tragédia fez com que várias cidades do País realizassem varreduras em boates contra falhas de segurança, e vários estabelecimentos foram fechados. Mais de 20 municípios do Rio Grande do Sul cancelaram a programação de Carnaval devido ao incêndio.

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