Conselho do Santos vê interesse político em expor marca do McDonald’s

A maioria dos conselheiros do Santos afirma reprovar o acordo do clube com o Instituto Ronald McDonald, que faz parte do grupo da rede de fast food McDonald’s. A empresa estampará de graça a sua marca no espaço nobre da camisa alvinegra no duelo contra o Vasco no próximo domingo, às 19h30 (horário de Brasília), […]

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A maioria dos conselheiros do Santos afirma reprovar o acordo do clube com o Instituto Ronald McDonald, que faz parte do grupo da rede de fast food McDonald’s. A empresa estampará de graça a sua marca no espaço nobre da camisa alvinegra no duelo contra o Vasco no próximo domingo, às 19h30 (horário de Brasília), no estádio do Maracanã, pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Os conselheiros acreditam que o acordo expõe interesse político e conflito de interesse. O grupo afirma que o empresário Ronald Monteiro, membro do Comitê Gestor, tem ligações com franquias da lanchonete na cidade – o departamento de comunicação do clube diz que não há mais esse vínculo. Para o conselheiro Celso Leite, um dos mais influentes do Santos, essa ação mostra, na realidade, que Monteiro já iniciou o trabalho de bastidores para concorrer à presidência do Santos na eleição do próximo ano.

“Eu vejo isso como um conflito de interesses. A pessoa que trouxe isso para o Santos é do Comitê Gestor e é ou foi franqueado do McDonald’s. Isso aí deveria ser aprovado no Conselho antes. A grande maioria é contra. Inclusive gente deles (ligado à diretoria). Vários conselheiros não se conformam. É uma vergonha. É interesse político sim, no mínimo”, afirmou Celso Leite.

O acordo do Instituto Ronald McDonald com o Santos foi intermediado e indicado pela S2 Publicom, empresa que assumiu o departamento de comunicação do clube. A assessoria chegou ao clube por indicação de Ronald Monteiro. Por conta disso, os conselheiros reforçam a teses de conflito de interesses.

“É um desenho de quem começa a se movimentar para as eleições. Ele (Ronald Monteiro) deve ser candidato nas eleições, ele se mete em tudo no Santos. Ele que trouxe essa firma, a S2 (assessoria de imprensa) para o clube. Ele começa a ter movimentos que começam a ter controles políticos e eleitorais”, afirmou Leite, que alega ter o apoio de grande parte do Conselho Deliberativo na questão.

O acordo com o Instituto, que promove a saúde e a qualidade de vida de crianças e adolescentes com câncer, também não agradou o departamento de marketing do Santos. Isso porque a parceria tira o espaço da camisa das marcas do próprio clube, como o Sócio Rei, que vem sendo divulgado no Campeonato Brasileiro.

O Santos está há 10 meses sem o patrocinador máster da camisa e deve fechar o ano sem essa receita. O clube não renovou com o Banco BMG e ficou próximo de um acerto com a Caixa Econômica Federal. O fracasso na busca pelo patrocinador culminou na demissão do gerente de marketing, Armênio Neto.

A diretoria do Santos não retornou para explicar a revolta dos conselheiros.

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