Conclusão do inquérito sobre a tragédia na boate Kiss pode ser adiada

A conclusão do inquérito do incêndio na boate Kiss pode ser adiada, segundo o delegado regional de Santa Maria (RS), Marcelo Arigony. De acordo com ele, o número elevado de depoimentos e materiais a serem analisados, além das perícias que são aguardadas pela Polícia Civil, devem fazer com que os inquéritos sejam desmembrados em duas […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

A conclusão do inquérito do incêndio na boate Kiss pode ser adiada, segundo o delegado regional de Santa Maria (RS), Marcelo Arigony. De acordo com ele, o número elevado de depoimentos e materiais a serem analisados, além das perícias que são aguardadas pela Polícia Civil, devem fazer com que os inquéritos sejam desmembrados em duas partes. “Não vamos conseguir elucidar tudo em 30 dias”, afirmou Arigony. As informações foram publicadas no jornal Zero Hora.

Em 3 de março, quando vence o prazo da prisão temporária dos sócios da boate e integrantes da banda Gurizada Fandangueira, o inquérito principal deve ser encaminhado à Justiça. Outro deve ser anexado ao primeiro, uma vez que ainda haverá pessoas a serem ouvidas e outras ações a serem feitas. Depois de conhecer o caso americano da boate Rhode Island, nos Estados Unidos, com a vinda do procurador-geral Patrick Lynch, os promotores que atuam na investigação da tragédia na Kiss querem ir a Buenos Aires para ver de perto como foi conduzida a apuração do ocorrido na casa noturna argentina República Cromañón, em 2004.

Incêndio na Boate Kiss

Um incêndio de grandes proporções deixou mais de 230 mortos na madrugada do dia 27 de janeiro, em Santa Maria (RS). O incidente, que começou por volta das 2h30, ocorreu na Boate Kiss, na rua dos Andradas, no centro da cidade. O Corpo de Bombeiros acredita que o fogo tenha iniciado com um artefato pirotécnico lançado por um integrante da banda que fazia show na festa universitária.

Segundo um segurança que trabalhava no local, muitas pessoas foram pisoteadas. “Na hora que o fogo começou, foi um desespero para tentar sair pela única porta de entrada e saída da boate, e muita gente foi pisoteada. Todos quiseram sair ao mesmo tempo e muita gente morreu tentando sair”, contou. O local foi interditado e os corpos foram levados ao Centro Desportivo Municipal, onde centenas de pessoas se reuniam em busca de informações.

A prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias e anunciou a contratação imediata de psicólogos e psiquiatras para acompanhar as famílias das vítimas. A presidente Dilma Rousseff interrompeu uma viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde se reuniu com o governador Tarso Genro e parentes dos mortos. A tragédia gerou uma onda de solidariedade tanto no Brasil quanto no exterior.

Os feridos graves foram divididos em hospitais de Santa Maria e da região metropolitana de Porto Alegre, para onde foram levados com apoio de helicópteros da FAB (Força Aérea Brasileira). O Ministério da Saúde, com apoio dos governos estadual e municipais, criou uma grande operação de atendimento às vítimas.

Na segunda-feira, quatro pessoas foram presas temporariamente – dois sócios da boate, Elissandro Callegaro Spohr, conhecido como Kiko, e Mauro Hoffmann, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Augusto Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos. Enquanto a Polícia Civil investigava documentos e alvarás, a prefeitura e o Corpo de Bombeiros divergiam sobre a responsabilidade de fiscalização da casa noturna.

A tragédia fez com que várias cidades do País realizassem varreduras em boates contra falhas de segurança, e vários estabelecimentos foram fechados. Mais de 20 municípios do Rio Grande do Sul cancelaram a programação de Carnaval devido ao incêndio.

Últimas Notícias

Conteúdos relacionados