A Companhia Juvenil de Dança Moinho Cultural será uma das atrações no Festival América do Sul (FAS), que movimenta Corumbá, Ladário e cidades bolivianas da fronteira, de 1º a 5 de maio, com a proposta de integração dos povos através da música, do teatro, da dança, da literatura, da culinária e do artesanato. O grupo de dança formado por beneficiários do Moinho vai se apresentar no Palco Pantanal, que será montado na arena do Porto Geral de Corumbá. A apresentação terá 40 minutos.

Também na dança sobem ao palco o grupo Cia do Mato, Conectivo Corpomancia, L’Explose (Colômbia) e Focus Cia de Dança. No teatro estarão presentes Clarisse Abujamra, Cia Arte Negus, Grupo de Mágicos Ed, Flor e Espinho Teatro, Mambembe Trupe Teatral, Rick Thibau, Cia de Assunción de Carmen Briano (Paraguai) e Luiz Salem e Renato Celidônio.

A décima edição do Festival América do Sul é uma realização do Instituto Moinho Cultural, em parceria com o Governo do Estado, por meio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul e Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul, e da Prefeitura de Corumbá. O evento tem curadoria compartilhada com o Instituto Cervantes, de São Paulo, e o patrocínio da Vale, Andorinha, Sebrae, Banco do Brasil, Petrobras e Governo Federal.

Este ano o festival traz como principal atração musical internacional o cantor e compositor uruguaio Jorge Drexler, vencedor do Oscar 2005 de Melhor Canção com a música “Al otro lado del rio”, do filme do diretor brasileiro Walter Salles “Diarios de Motocicletas”. O filme mereceu uma indicação ao Oscar na categoria de Melhor Roteiro Adaptado.

Além de Jorge Drexler, o festival traz a cantora Ana Carolina, os sambistas Jorge Aragão e Dona Ivone Lara, o reggae do Cidade Negra e o festivo Bloco Brasil. Entre os destaques regionais, Geraldo Espíndola, o Bando do Velho Jack, Jerry Espíndola e o violinista Marcelo Fernandes. Da Argentina vem o grupo Violentango.

QUEBRA-TORTO COM LETRAS

Além dos shows nacionais e internacionais, a diretora-presidente da Fundação de Cultura e vice-prefeita de Corumbá, Márcia Rolon, aponta o Quabra-Torto com Letras, a Feira das Nações, a Mostra Sul-americana de Cinema e as apresentações artísticas nas praças de Corumbá, Ladário, Puerto Quijaro e Puerto Suarez como programações imperdíveis do festival. “No quebra-torno, realizado no Instituto Moinho Cultural, as pessoas fazem filam para saborear a culinária regional, enquanto assistem às apresentações artísticas ”, destacou. “Na verdade, o festival é um espetáculo para se vivenciar desde as primeiras horas da manhã até a última atração da noite”, acrescentou.

Uma das vantagens, segundo ela, foi ter feito o lançamento com uma antecedência de 40 dias, o que vai proporcionar uma boa organização e divulgação, principalmente para os turistas. “A Feira das Nações é um convite para se vivenciar a rica história e a produção artesanal dos países”, ressaltou. “E a sala dos homenageados é outra oportunidade de conhecermos pessoas que podem até não ser tão conhecidas da nossa gente, mas que são emblemáticas para a cultura”, acentuou.

OS HOMENAGEADOS

Dois dos homenageados do Festival América do Sul se apresentaram durante o lançamento no Centro de Convenções do Pantanal Miguel Gómez. O acordeonista Wilson de Oliveira, corumbaense de 71 anos, tocou duas de suas preciosidades, Chalana, que o paulista Mario Zan fez debruçado na janela do Hotel Galileu em Corumbá, contemplando as águas do rio Paraguai, e Quilômetro 11, sucesso da música paraguaia. Bem de acordo com o tema deste ano do festival: “Venha navegar no rio das artes”.

Caminhoneiro de profissão, Wilson toca acordeón desde os 15 anos e hoje integra o grupo Alma Chamamezeira. Nunca deixa de tocar acordeón na Festa do Divino em Albuquerque, distrito de Corumbá. “Não tenho nada gravado e o festival é uma chance de mostrar meu trabalho”, afirmou Wilson.

Dona Ivone Torres Moraes e suas amigas da Comunidade São Pedro recriaram o que fazem na festa do padroeiro. Formaram uma roda com as autoridades, entre eles o prefeito Paulo Duarte e a vice Márcia Rolon, e cantaram a música de louvor a São Pedro, o santo padroeiro dos pescadores e da comunidade religiosa do bairro Cervejaria. A festa de São Pedro, encabeçada por dona Ivone, hoje faz parte do calendário religioso e turístico de Corumbá. “Quero retribuir a homenagem com muita alegria, com graças a São Pedro”, afirmou dona Ivone.

Além deles, também serão homenageados o lancheiro pantaneiro João de Arruda Pinheiro; o ensaísta e poeta paraguaio Rubén Bareiro Saguier; e a artesã indígena guató Josefina Alves Ribeiro, que teve seu trabalho de tapeçaria catalogado como genuinamente guató, o que ajudou o reconhecimento federal da etnia.