Com pouca mão-de-obra, aumentam casos de clientes que sofrem na mão de pedreiros
Mais um caso de construtor que ‘sumiu’ e deixou o consumidor apenas com o sonho da casa nova revela situação em Campo Grande, onde faltam profissionais e cuidados devem ser redobrados no contrato.
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Mais um caso de construtor que ‘sumiu’ e deixou o consumidor apenas com o sonho da casa nova revela situação em Campo Grande, onde faltam profissionais e cuidados devem ser redobrados no contrato.
Em maio de 2012, Bruno iniciava a construção de sua casa, localizada na Chácara dos Poderes: era o início da realização de um sonho, no mesmo ano do casamento. A promessa de 100 dias para a conclusão da obra virou uma novela com a desistência do pedreiro, que paralisou a obra e depois sumiu. Neste ano, após concluir totalmente a residência, o publicitário moveu em setembro uma ação de danos morais contra o construtor, que corre na Justiça.
“Pela experiência jurídica que tenho, sei da possibilidade grande de ganharmos o processo, mas da dificuldade em recebermos por se tratar de uma pessoa física. Meu cliente, porém tem o interesse de que exista um registro jurídico do problema enfrentado com este profissional. O transtorno ocorreu mesmo com toda pesquisa feita antes de contratar mão-de-obra”, relata a advogada de Bruno.
O publicitário mora hoje na residência pré-fabricada, que encomendou um mês antes de contratar o construtor, especializado na construção de kits de montagem em casas desse gênero. O profissional deu a Bruno o prazo de 100 dias para o término da obra, que de acordo com o contrato ficaria limitada a um orçamento de R$ 108 mil.
“Eu deveria ficar encarregado de fazer a compra dos materiais, mas ele assumiu essa tarefa e não me prestou contas. A primeira parcela do valor total teve encaminhamento para o meu fornecedor do kit de madeira. Já o restante ficaria destinado ao pagamento da mão de obra e material. Quando chegou a um determinado momento da obra ele disse que o valor total da obra já tinha chegado aos R$ 108 mil, mas nas minhas contas isso não procede. Aí paralisei a obra e não trabalhei” relata o construtor que afirma ter 16 anos de mercado em obras de casas pré-fabricadas de madeira.
O conflito entre Bruno e o construtor ocorreu quando a obra estava concluída em 40%. De acordo com o publicitário, sucessivas faltas do pedreiro começaram a irritá-lo, e o sumiço do contratado aconteceu depois dele exigir uma revisão nos valores combinados. Como o pagamento havia sido previsto em contrato assinado pelas duas partes, o dono da casa recusou a pagar o acréscimo.
“O pagamento era feito regulamente e toda semana assim como se realizou a compra de materiais. Antes de desistir ele me falou que precisaria de mais dinheiro para concluir a obra e recusei, pois o contrato já previa um valor. Descobri este profissional por meio de um perfil no Facebook em que ele fazia publicidade do seu serviço. Depois descobri que ele também enfrentou na Justiça um problema com rescisão de contrato em Goiás. Se eu soubesse não teria contratado”, lamenta Bruno.
Muito além do orçamento…
O orçamento para a construção da residência de Bruno era de R$ 108 mil, entretanto o abandono do pedreiro mudou muito o custo previsto. Depois de perder a mão-de-obra que havia contratado, o publicitário ainda descobriu que precisava investir mais dinheiro no madeiramento de sua casa. A contratação de uma nova mão-de-obra precisou vir de outro Estado e o acréscimo ao final chego a R$ 48 mil de acordo com o processo ingressado pelo publicitário em setembro deste ano.
“Procurei o Procon e a Delegacia do Consumidor e fui informado que para o meu caso o mais correto seria entrar na Justiça com uma ação de danos morais”, diz Bruno.
Apenas o número do telefone
Relatado pelo Midiamax o drama da dona de casa Annyara França dá indícios de que pode não ter um final feliz. De acordo com ela a contratação do pedreiro ‘Dinho’ aconteceu por meio de um indicação e a família sequer sabe o nome verdadeiro do profissional que abandonou a reforma pela metade.
“Tem um buraco na parede da minha cozinha e muitas outras coisas do acabamento que precisam terminar. Nós pagamos adiantado e pelo que sei não foi feito um contrato. Mais ou menos temos idéia de onde ele mora mas nem sei se adianta. Por telefone ele disse que viria terminar mas nunca apareceu. Justificou o abandono por se dizer ofendido com as cobranças. Como a gente vai pagar outro se já demos o dinheiro para ele”, relata Annyara que está com um atraso de pelo menos dez meses na reforma de sua casa.
Até o fechamento dessa reportagem o Midiamax tentou entrar em contato com os pedreiro ‘Dinho’, que trabalhou na casa de Annyara, mas não o encontrou novamente.
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