Centenas de pessoas realizam passeata contra fechamento de comarcas e fim da impunidade
Os manifestantes pediram ainda mais agilidade por parte da Justiça, transparência nas contas públicas, combate à corrupção, fim da impunidade, principalmente a crimes ligados a “pistolagem” e combate mais intenso ao tráfico de influência
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
Os manifestantes pediram ainda mais agilidade por parte da Justiça, transparência nas contas públicas, combate à corrupção, fim da impunidade, principalmente a crimes ligados a “pistolagem” e combate mais intenso ao tráfico de influência
De acordo com a Polícia Militar cerca de 800 pessoas e quatro prefeitos de cidades do interior estão em Campo Grande para a Caminhada pela Justiça, realizada nesta quinta-feira (25) para pedir que não sejam fechadas as comarcas de Angélica, Dois Irmãos do Buriti, Deodápolis, Anastácio, Batayporã, Rio Negro e Itaporã, anunciadas pelo Tribunal de Justiça do Estado (TJMS).
A passeata seguiu até a frente do TJMS, onde os manifestantes leram e entregaram uma carta com outras reivindicações ao presidente do órgão, Joenildo de Souza Chaves.
Além do não fechamento, foi pedido mais agilidade por parte da Justiça; transparência nas contas públicas; combate à corrupção; fim da impunidade, principalmente a crimes ligados a “pistolagem”; e maior combate ao tráfico de influência.
A caminhada é organizada pela Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Mato Grosso do Sul (OAB/MS), com o apoio da Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul (Assomasul) e outras 23 instituições.
“Essa passeata representa o desejo do povo, por uma Justiça mais séria e eficaz. Que possa ter uma garantia da atividade jurisdicional plena”, comentou o presidente da OAB/MS, Júlio César.
“O fechamento das comarcas vão causar um problema de atendimento à população e ainda vai sobrecarregar a estrutura de cidades vizinhas. É um sentimento de desassistências”, disse o presidente da Assomasul, Douglas Figueiredo.
O prefeito de Dois Irmãos do Buriti, onde a desativação da comarca já começou, Wlademir Volk, informou que a decisão do TJ/MS gerou surpresa e não foi compreendida. “Recebemos um presídio de grande porte e, agora, ficamos sem a estrutura da Justiça, ou seja, vamos ficar com o ônus apenas, sem o bônus”, contou.
Para o prefeito, a ausência de um juiz, um promotor e uma estrutura do Judiciário provoca uma insegurança. Mesmo sentimento tem o prefeito de Angélica, outro município onde começou a desativação.
Luiz Milhorança espera que o ato público sirva para sensibilizar o Tribunal e mostrar a preocupação com “os que mais precisam”. “O município, afirma, tem uma usina com mais de dois mil trabalhadores e existem demandas constantes para a Justiça”, exemplificou o prefeito.
O advogado Leonardo Albuquerque disse que foi participar para não ser omisso. “Porque o único poder no Brasil que não está com as mãos sujas é o Judiciário”, comentou.
Confira cópia da carta na íntegra abaixo:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR JOENILDO DE SOUSA CHAVES, MD. PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL
Senhor Presidente,
As entidades organizadas que assinam o presente documento, em sintonia com as recentes manifestações das ruas e, diante da verdadeira revolução na consciência e cultura política no Brasil, tornam pública a pauta de reivindicações da “CAMINHADA PELA JUSTIÇA”, nos seguintes termos:
1) Morosidade da Justiça: As medidas tomadas pelo Tribunal de Justiça, como a desativação e fechamento das comarcas no interior do Estado, a redução do expediente do judiciário estadual e as constantes falhas do processo judicial eletrônico geram a morosidade na tramitação e solução definitiva dos processos judiciais em nosso Estado. Portanto, a revogação da decisão de desativar comarcas, o retorno do expediente para período integral bem como a solução imediata dos problemas do processo eletrônico são medidas que se fazem urgentes e necessárias para uma justiça moderna, rápida e eficaz;
2) Transparência das contas públicas: O atual estágio da democracia brasileira exige que todos os valores relativos à administração pública, incluindo salários, benefícios e vantagens percebidos pelos membros e servidores do Poder Judiciário, assim como as despesas da administração, sejam divulgados detalhadamente. Dessa forma, a Lei da Transparência e a Lei do Acesso à Informação devem ser fielmente observadas e cumpridas pelo TJ/MS, para que haja o necessário controle social das contas públicas;
3) Corrupção: Diante da existência de denúncias envolvendo casos de corrupção nos Poderes do Estado de Mato Grosso do Sul, como o propalado episódio do “Mensalão do MS”, imprescindível que se proceda à apuração e julgamento célere de tais denúncias, a fim de evitar o descrédito das Instituições;
4) Impunidade: O Estado de Mato Grosso do Sul contabiliza 09 casos de jornalistas executados nos últimos 16 anos, com crimes não solucionados até a presente data, o que aflige e fragiliza a população de nosso Estado. Mostra-se, pois, necessário que os casos envolvendo pistolagem no Estado de Mato Grosso do Sul tenham tramitação e julgamento prioritários.
5) Tráfico de influência: A exploração de prestígio e o tráfico de influência são deletérios ao ideal de Justiça. Portanto, impõem-se ações efetivas por parte da Corregedoria do Tribunal no sentido de enfrentar e coibir o tráfico de influência em todos os âmbitos da Justiça.
As instituições signatárias do presente manifesto conclamam este Egrégio Tribunal de Justiça a adotar as medidas necessárias para solução dos problemas ora apontados, notadamente retomando o expediente integral da Justiça Estadual, mantendo o funcionamento das Comarcas que se pretende desativar, democratizando a gestão do Judiciário através da participação direta da sociedade civil na administração da Justiça, apurando e julgando exemplarmente os casos de corrupção e pistolagem, bem como combatendo o tráfico de influência e a exploração de prestígio em nosso Estado.
Campo Grande, MS, 25 de julho de 2013.
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL
Seção de Mato Grosso do Sul
Notícias mais lidas agora
- Pablo Marçal conversa com empresariado de Campo Grande e confessa sonho para o Brasil
- VÍDEO: Acidente termina com carro pendurado em córrego da Avenida Ernesto Geisel
- Trabalhador morre ao ter cabeça esmagada após acidente com trator em fazenda de MS
- Idoso é flagrado estuprando neta dentro de carro por motoentregador em Campo Grande
Últimas Notícias
Vítima perde R$ 1.700 mil para tentar evitar suposto empréstimo na conta
O golpista se passou por gerente de uma Agência Bancária
Rebeldes sírios que tentam derrubar Bashar al-Assad já estão a 20 km da capital Damasco
Grupos locais controlam toda a província de Daraa, no sul
Vigilante de prédio é esfaqueado por dois ladrões na região central de Campo Grande
Vítima foi surpreendida pelos bandidos já dentro do edifício
Tio e sobrinho suspeitos de relação com morte de delator do PCC são soltos em menos de 24 horas
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo indicou suposta irregularidade na prisão
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.