Cassação de Alceu Bueno garante vaga a mais um aliado de Nelsinho na Câmara

Com a saída de quatro vereadores, Câmara ganhará um veterano e três novatos.

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Com a saída de quatro vereadores, Câmara ganhará um veterano e três novatos.

A cassação do vereador Alceu Bueno (PSL) deve dificultar a vida do prefeito Alcides Bernal (PP) na busca por novos aliados na Câmara. Embora integre a Comissão Processante que investiga o prefeito, Bueno sempre foi sondado para compor com a administração. Agora, com a cassação de Bueno, Bernal terá muita dificuldade para conquistar o substituto.

Baseada em dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MS), a reportagem fez as contas e constatou que a vaga de Alceu Bueno ficará com Francisco Luis do Nascimento (PRTB), conhecido como Francisco (Saci). Saci é do grupo político do ex-prefeito Nelsinho Trad (PMDB) e chega à Câmara com a ajuda da coligação, após conseguir 2.758 votos.

A coligação de Bueno, que reúne PRB, PSL, PRTB, PTC, PRP, PPL e PCdoB, conseguiu 46953 votos, mas perdeu os 4089 após a cassação, ficando com 42.864 votos. Com a saída dos quatro vereadores cassados (Alceu, Paulo Pedra-PDT, Thais Helena-PT e Delei Pinheiro-PSD), o quociente eleitoral, que é o número de votos necessários para coligação conseguir uma das cadeiras, caiu de 14895 para 14250, o que ainda garante três vagas para a coligação. Desta maneira, a vaga de Bueno fica com Saci, que foi o quarto mais votado da coligação.

As três outras vagas deixadas com a dança das cadeiras na Câmara ficará com Alex do PT, que ocupa o lugar de Thais Helena na coligação do PT, Eduardo Cury (PTdoB), ocupando a segunda sobra conquistada pela coligação, e José Chadid, ex-PSDB, que deixa a secretaria de Educação para se tornar vereador.

Para definir as vagas dos candidatos na Câmara é levado em conta o número de votos da coligação, o que deixa alguns candidatos bem votados, como Magali Picarelli (5.204 votos) de fora. A Legislação Eleitoral define as vagas dividindo o número de votos válidos pelo total de vagas, o que chama-se de quociente eleitoral. Com a queda dos vereadores, o número de votos válidos saiu de 431945 para 413264, o que derrubou o quociente de 14.894 para 14.250.

Com a divisão das vagas, 23 vereadores garantiram cadeiras. Definidas as vagas por quociente, são calculadas as vagas das sobras, que no caso de Campo Grande, onde há 29 vagas, ficaram seis. Para chegar ao contemplado, a Justiça divide o número de votos de cada coligação pelo número de vagas conquistadas por quociente, mais um. Esta média definirá quais coligações ficarão com a sobra. Porém, só as coligações que conseguiram eleger vereadores por quociente participam desta nova contagem.

Garantiram vagas pelas sobras os vereadores Eduardo Romero (PTdoB), Chocolate (PP), Alex do PT, José Chadid, Vanderlei Cabeludo (PMDB) e Eduardo Cury (PTdoB), que ficou com a segunda vaga da coligação nas sobras.

Três votos dos cinco juízes e desembargadores foram favoráveis à cassação, julgada em virtude de denúncias sobre a interferência da vontade do eleitor por meio de um esquema de distribuição de combustível. De acordo com as investigações, Alceu não controlava o número de voluntários que trabalhavam em sua candidatura para vereador. Em dois meses ele pulou de 50 pessoas para 500 beneficiadas com a distribuição dos tíquetes dos postos de combustível.

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