Cafeteria mantém em Campo Grande tradição mineira e leva coador de pano para a mesa

Quem não gosta de tomar um cafezinho, comer um pão de queijo ou, quem sabe, um pastel de angu, e, ainda, um doce de leite, um pé de moleque ou um Romeu e Julieta de sobremesa. Para acompanhar, muita conversa fiada e histórias lá de Minas Gerais. Foi com esses ingredientes e mais um pouquinho de artesanato […]

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Quem não gosta de tomar um cafezinho, comer um pão de queijo ou, quem sabe, um pastel de angu, e, ainda, um doce de leite, um pé de moleque ou um Romeu e Julieta de sobremesa. Para acompanhar, muita conversa fiada e histórias lá de Minas Gerais. Foi com esses ingredientes e mais um pouquinho de artesanato típico, que uma cafeteria – meio quitanda, meio ateliê – vem chamando a atenção dos mineiros que moram em Campo Grande e também de quem gosta de um dedinho de prosa.

A Casa Beltrão reúne, em um só lugar, um pouco do que há de mais gostoso em Minas Gerais. Os produtos vendidos ali foram todos selecionados pela própria dona, Karina Beltrão, 37 anos, que é de família mineira, durante tour feito pelo estado de Tiradentes.

No local, o café é feito na hora, em coador de pano igual ao dos tempos da vovó. Outro grande diferencial é o tipo de café. Lá só tem café gourmet, que são grãos cuidadosamente selecionados. A marca escolhida pela Karina ganhou o prêmio ABIC (Associação Brasileira de Indústrias de Café) de melhor grão gourmet.

Para agradar, os apreciadores de café ainda podem escolher entre dez sabores. Sendo quatro tradicionais, que vão do suave ao mais forte. E seis saborizados, cujas opções incluem os de menta, de amêndoa, de chocolate, entre outros.

Para acompanhar, que tal um pão de queijo! A receita é de família. E apesar de dizer que em Minas todo pão de queijo é feito do mesmo jeito, Karina desconversa sobre a receita. Mas, conta que o grande segredo é o polvilho mineiro que tem sabor diferente do vendido aqui. “O produto de lá é que faz a diferença. Por isso, a nossa receita é toda feita com matérias-primas mineiras”, diz.

Assim como o café, o pão de queijo tem sabores diferentes. Tem com goiabada, com doce de leite, com requeijão de corte, e o à moda da casa, que é de carne com queijo e tomate. Segundo ela, um grande sucesso.

Na hora de adoçar a boca, é tanta opção que fica difícil escolher. Tem goiabada cascão, doce de leite de Viçosa (o mais premiado do país), doces de compota da Mazé (ganhadora do prêmio Mulher Empreendedora de Minas Gerais) e até pé de moleque da mesma casa em que Carlos Drummond de Andrade comprava.

Karina, como boa filha de mineiro, enaltece o produto e conta que o poeta fez até uma carta discorrendo sobre a verdadeira joia de Minas Gerais: o pé de moleque de Piranguinho.

Em meio a tantas histórias e beleza, o local vale a visita. Os preços são justos, considerando-se as tarifas cobradas pelos produtos ao entrar no Estado, e o frete sai caro. Em média, os produtos são de 40% a 80% mais altos se comprados em outros locais. Um pacotinho de doce de leite com 250 gramas, por exemplo, sai em torno de R$ 8,00. Outro de doce de amendoim com leite, com 140 gramas, sai por cerca de R$ 5,00.

Sonho de ser comerciante

Fonoaudióloga de formação, Karina Beltrão, conta que sempre sonhou em ter um comércio. Ela revela que trabalhou por 9 anos na Base área e assim que saiu ficou pensando no que fazer e o marido aconselhou: porque você não monta um local com as coisas de Minas. Toda vez que vem de viagem e traz os doces todo mundo gosta.

E daí foi surgindo a ideia que foi se formatando e se transformou na Casa Beltrão. O nome casa tem tudo a ver com o local que é cheio de referências domésticas. Tem fogão a lenha, máquina antiga de costura, e até altar com santo, afinal, casa de mineiro sem oratório não dá, né?

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