A nova lei que trata da promoção de cabos e soldados da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, divulgada nesta quinta-feira (19) no Diário Oficial do Estado, traz novidades que não agradaram a todos os policiais.

Principalmente quem está há mais tempo na carreira e ainda não conseguiu uma promoção reclama das novas regras e da falta de discussão com a tropa para elaborar o projeto. Na prática, os policiais avaliam que as novidades vão facilitar a promoção dos mais novos e pode gerar um grupo de ‘jurunas’, parados em uma graduação.

Outra reclamação dos descontentes é de que a lei das promoções não foi discutida com a maioria do contingente policial. “O grande problema é que o conteúdo da modificação da lei não foi discutido com quem mais interessa, que são os cabos e soldados. Não houve uma reunião, uma assembleia. Somente quem estava nos bastidores sabe o que foi feito”, explica um policial que não quis se identificar.

“O grande problema é que não foi discutido com a categoria. A tropa não sabe direito o conteúdo do projeto. Esse projeto ficou a cargo de poucas pessoas e não teve discussão nenhuma em relação a nada”, reclama outro soldado.

A mudança acontece na redação do artigo 15 letras “a b” da Lei Complementar 053/90. De acordo com essas alterações a ascensão à graduação de 3º sargento da PM será realizada pelos cabos, pelos critérios de merecimento intelectual, de antiguidade e de tempo de serviço, na proporção de 60% para antiguidade e 40% para merecimento intelectual, ficando livre a percentagem no tocante ao tempo de serviço (lei dos 26 anos).

Também foi modificada a ascensão à graduação de Cabo PM, que será realizada pelos soldados, pelos critérios de antiguidade e conhecimento intelectual, distribuídos em 60% por antiguidade e 40% por conhecimento intelectual.

O presidente da Associação de Cabos e Soldados, Edmar Soares da Silva, confirma que os mais jovens terão mais possibilidade de ascender com a nova formulação. “No primeiro momento eu tive até um choque, mas ficou uma questão justa que atende toda a tropa sem exclusão de ninguém”, explicou.