Bombeiro diz que material de incêndio não passa por teste e é ‘do mais barato’

Segundo o bombeiro, das 20 mangueiras novas apenas duas prestaram. Apesar disso, assessoria do órgão disse que problema não é recorrente.

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Segundo o bombeiro, das 20 mangueiras novas apenas duas prestaram. Apesar disso, assessoria do órgão disse que problema não é recorrente.

Sargento que participou do combate ao incêndio e rescaldo da Loja de utilidades Planeta, localizada na avenida Afonso Pena e que mobilizou quase uma centena de servidores na última terça (7), disse ao Midiamax que a tragédia mais uma vez mostrou a fragilidade do material utilizado pela corporação, principalmente pela falta de teste e as licitações que exigem a compra ‘do mais barato’.

”A fragilidade das mangueiras ocorre por conta da licitação e com isso a maioria não aguenta sequer um teste básico de pressão. E o pior nisso tudo é que aqui no Estado estes testes nem são feitos e a maioria não sustenta. Tudo o que estou falando foi filmado por centenas de pessoas ontem e a impressão é de ineficiência dos servidores, mas o problema não é nosso e sim do Governo do Estado”, afirma o sargento.

Das 20 mangueiras novas vindas do quartel do aeroporto para o incêndio, apenas duas prestaram, de acordo com o bombeiro. “O material precisa de teste, se aguenta a pressão de um prédio de 12 a 15 andares, por exemplo. Só assim adianta a combinação com a escada Magirus, mas, como a qualidade do material não é testada, a maioria das mangueiras estoura na primeira vez de uso”, explica o sargento.

Questionada sobre o problema, a assessoria de comunicação do Governo informou apenas a compra de 35 novas viaturas para Mato Grosso do Sul, sendo cinco de combate a incêndios para Campo Grande.

Já o chefe de comunicação dos bombeiros, tenente coronel Joilson de Paula, disse que na ocasião as mangueiras furadas pertenciam ao comércio e não a corporação. “Temos centenas de mangueiras com pressão no estoque, tanto nos grupamentos como no Comando Geral. São materiais como qualquer outro com certificado Iso e a empresa realmente ganha pelo menor preço”, conta o coronel De Paula.

Sobre a falta de testes ele garante não serem necessários testes unitários nas mangueiras. “Se fosse assim estaríamos trocando sempre os exemplares, porém se algum apresentar problema rapidamente elas são trocadas rapidamente e não temos histórico deste problema”, avalia o coronel De Paula.

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