Bombeiro diz que falta certificado de vistoria para funcionamento da Santa Casa
O projeto de adequação foi analisado e aprovado pelo Corpo de Bombeiros. Contudo, a Santa Casa não solicitou nova vistoria para verificar a execução do plano.
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O projeto de adequação foi analisado e aprovado pelo Corpo de Bombeiros. Contudo, a Santa Casa não solicitou nova vistoria para verificar a execução do plano.
O comandante-geral do Corpo de Bombeiros , coronel Ociel Ortiz Elias, confirmou nesta sexta-feira (8) que a Santa Casa de Campo Grande funciona sem o certificado de vistoria do órgão. Ociel explicou que a entidade beneficente foi notificada devido às irregularidades e que a mesma apresentou projeto de adequação. A afirmação foi dada em coletiva de imprensa no MPT (Ministério Público do Trabalho).
Segundo ele, o projeto foi analisado e aprovado, entretanto a entidade não solicitou nova vistoria para verificar a execução do plano. Ele não informou quando o projeto foi apresentado e explicou que após aprovação do projeto não há prazo definido para a execução.
O problema veio à tona, após denúncia da cardiologista Maria Augusta Rahe Pereira sobre diversas irregularidades na Santa Casa. A médica disse que nos últimos dias todos se voltaram para a questão de segurança, após a tragédia em Santa Maria, que matou mais de 230 jovens. E ela, também sensibilizada coma notícia, decidiu revelar os problemas do maior hospital do Estado, na esperança que providências sejam tomadas. ”Denuncio porque nem eu, nem ninguém que trabalha na Santa Casa, aguenta mais conviver com tanta falta de segurança. Espero que as autoridades se preocupem e falam alguma coisa”, disse.
Maria Augusta contou que no hospital não tem luzes de emergência. Nem sinalização no teto e no chão indicando a saída para casos de incêndio e pânico. Muitas das portas corta-fogo foram retiradas para facilitar o acesso nas escadarias, já que os elevadores não são suficientes para a demanda do hospital.
Não há rota de fuga e as escadas de emergência, na lateral do prédio, estão com fechamento inadequado, inclusive com cadeados.
A médica alertou que até uma pane elétrica geraria transtorno, pois o gerador atende apenas o pronto socorro, CTI (Centro de Tratamento Intensivo) e centro cirúrgico. As demais partes ficariam sem energia.
O setor de pediatria é um dos mais preocupantes, com grades na janela, a cardiologista se pergunta como seria o salvamento das crianças. “Quanto tempo levaria para serrar as grades e salvar as crianças?”, disse.
Além disso, Maria Augusta conta que nunca houve treinamento contra incêndio para os funcionários.
A médica ressaltou que fez a denúncia porque espera sinceramente que as autoridades abram os olhos para os problemas que funcionários e pacientes enfrentam no hospital diariamente e que seu alerta sirva para que as mudanças comecem.
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