A expansão da classe média impulsionou o crescimento do varejo nas regiões Norte e Nordeste, em 2011, na comparação com 2010, conforme apontou a Pesquisa Anual do Comércio (PAC), divulgada hoje (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A avaliação é do economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Fábio Bentes.

O economista explicou que a evolução no nível de empregos, acesso ao crédito e aos programas de transferência de renda contribuíram para o aumento das vendas nessas regiões. “Isso, principalmente, no interior dessas regiões tem um impacto importante. O cenário nessas regiões melhorou de forma mais rápida do que no Sul e Sudeste, por causa de emprego, transferência de renda e maior acesso ao crédito”, explicou.

Já no atacado, de acordo com a pesquisa do IBGE, o destaque foi para o Centro-Oeste. O economista disse que isso se deve ao peso da agropecuária na região. “Geralmente quando a agropecuária vai bem, isso se reflete no comércio quase que imediatamente. Se tem uma produção agropecuária grande, em termos relativos, a presença do comércio atacadista tende a ser maior do que nas demais regiões, principalmente em alimentos que é o ramo que abastece os supermercados, que é o mais importante do varejo e responde por um quarto das vendas”, esclareceu o economista.

Sobre os dados de pessoas empregadas, que na mesma comparação – 2011/2010 – apresentou crescimento de 7,2%, Fábio Bentes informou que o comércio é um forte empregador e se há um bom resultado em vendas esse dado se traduz em maior contratação. “Isso explica por que o pessoal ocupado cresceu mais no varejo do que nos outros subsetores do comércio”, disse.

Bentes avaliou que, para os próximos anos, o comércio deve registrar um ritmo mais moderado de crescimento. Segundo ele, o governo colocou, claramente, que não dará incentivos de consumo como aconteceu nos últimos anos. A seu ver, em 2013, o crescimento do varejo deve ficar entre 4% e 4,5%, praticamente a metade do registrado “em passado recente”.

O economista da CNC acredita que o mesmo desempenho se refletirá, também, no comércio automotivo, uma vez que não haverá mais os incentivos fiscais para estimular as vendas. O setor, acrescentou, tende a acompanhar o ritmo de crescimento do varejo.