A ‘Paz no Campo’ realizado na tarde desta quinta-feira (5), na Câmara Municipal de Campo Grande, acabou se tornando um palanque para os produtores rurais. A única representação indígena que compareceu ao evento foi o cacique Vânio Lara, da Aldeia Urbana Darcy Ribeiro, em Campo Grande.

Representantes da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuário de Mato Grosso do  Sul), Acrissul (Associação de Criadores de MS), a produtora rural, Luana Ruiz, o advogado de produtores, Newley Amarilla, e deputado estadual da banca ruralista, Zé Teixeira (DEM), foram os que ocuparam a maior parte dos lugares da mesa de discussão.

Além do cacique, coube ao presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil), Jonathan Loureiro, e a presidente da Comissão de Assuntos Indígenas, Sâmia Roger Jordy, as falas em favor dos povos indígenas. “Temos que desmistificar essa falácia de que demarcação de terra não traz desenvolvimento”, defendeu Sâmia.

A produtora rural, Luana Ruiz, atacou o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), entidade ligada à igreja católica, além de contar sua experiência pessoal de ter a 16 anos suas terras ocupadas por indígenas. “O Cimi recebe dinheiro de ONGs internacionais que deveria ser aplicado em e para dar dignidade aos índios, mas o dinheiro também vem para financiar as retomadas”, acusa.

As sugestões de investir na educação dos indígenas, o cacique terena rebateu. “Que tipo de educação querem dar para nós? Nós já temos educação”, afirmou. Vânio ainda questionou os estereótipos. atribuídos aos indígenas dizendo que se índio não trabalha como então eles fazem para se sustentar.