Quinze pessoas morreram nesta sexta-feira no Iraque em um duplo atentado contra a polícia e a Sahwa, que combate a Al-Qaeda, na província de Al-Anbar (oeste), informaram fontes médicas e de segurança.

Além dos nove mortos, 21 pessoas ficaram feridas no . O incidente eleva para quase 1.500 o número de mortos nos últimos três meses.

O país enfrenta uma onda de violência desde o início do ano. As possíveis causas seriam as manifestações da minoria sunita e o impasse político que pode se estender até as eleições legislativas de 2014, segundo analistas.

“Nove pessoas morreram e 21 ficaram feridas, a maioria membros da Sahwa, quando duas bombas explodiram em Ramadi”, maior cidade da província de Al-Anbar, a 100 km de Bagdá, afirmou o coronel Joubeir Nayef, membro da Sahwa.

Ele explicou que uma primeira bomba colocada no carro de um membro da Sahwa explodiu antes de uma segunda, colocada na beira da estrada, detonasse no meio de uma multidão de pessoas.

O médico Ahmed al-Aani, do hospital geral de Ramadi, confirmou o número de vítimas.

A milícia Sahwa foi criada em 2006, em meio ao maior conflito religioso no Iraque após a invasão norte-americana, com o aval de chefes tribais das regiões sunitas.

A Sahwa combate a Al-Qaeda erguendo barreiras nas estradas das zonas mais vulneráveis. Ela também é alvo de insurgentes sunitas.

Ao sul de Bagdá, um oficial da Sahwa foi encontrado morto nesta sexta-feira, e em Charqat, norte da capital, um miliciano foi morto e quatro outros ficaram feridos numa troca de tiros.

Ainda no norte da capital, próximo à cidade de Dujail, um atentado suicida que tinha como alvo um grupo de policiais matou quatro pessoas e deixou dez feridos.

Os ataques desta sexta-feira são os mais recentes de uma série de episódios de violência que já deixou mais de 140 mortos esta semana. Na quinta-feira, 27 morreram vítimas em ataques contra cafés da cidade.

Em junho, o número de mortos no Iraque subiu para 411. É o terceiro mês seguido em que a marca de 400 mortes é superada, de acordo com relatórios oficiais analisados pela AFP.

Ao longo dos dois últimos meses, mais de 1.000 pessoas foram mortas. Nos meses de abril e maio, os dados coletados pela ONU indicam 1.750 pessoas mortas.

O representante da ONU no país, Martin Kobler, alertou que o Iraque está “prestes a explodir” e corre o risco de voltar ao conflito religioso vivido entre 2006 e 2007.