O número de medicamentos falsificados apreendidos em Mato Grosso do Sul este ano já supera o total de 2012. Nos três primeiros meses de 2013 já foram apreendidos 111,8 mil unidades de medicação ilegal em rodovias federais do Estado. Em todo o ano passado foram apreendidas 83 mil unidades, segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal).

As apreensões aumentaram principalmente por causa do uso do equipamento scanner, informa a PRF. O aparelho faz uma verdadeira radiografia nas bagagens e nos veículos de quem transita pelas estradas do estado.

A assessoria de comunicação da PRF explica que antes da aquisição do aparelho era muito difícil apreender medicamentos porque o perfil de quem faz o contrabando do produto é muito diferente de quem trafica drogas, por exemplo. “É o comerciante que vai ao Paraguai, à Bolívia e traz remédios. É diferente, isso acaba por dificultar a apreensão”, diz.

A capacitação dos profissionais para identificar esse tipo de produto é outra medida que vem auxiliando no combate ao crime.

Nesse sentido, o CRF/MS (Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso do Sul), em conjunto com a Interfarma, realiza nesta quarta-feira o II Workshop “Combate aos Medicamentos Ilegais”, no auditório de sua sede.

O evento propõe conscientizar e educar profissionais que atuam na área de manuseio, vigilância e repressão de produtos farmacêuticos, para alertar sobre os riscos da utilização de produtos falsificados e ainda instruir sobre itens que ajudam na identificação deles.

Ronaldo Abrão, presidente do CRF/MS, explica que no caso de medicamentos falsificados, o paciente desconhece a origem, composição e dosagem do produto. “O risco é desde o não tratamento, agravamento da doença, intoxicações porque o medicamento pode ter elevada concentração do princípio ativo até a ocorrência de morte”.

Ele ainda lembra que a falsificação, o contrabando e o roubo de medicamento têm sido um dos crimes mais rentáveis às quadrilhas. Por isso, as organizações criminosas estão se especializando no ramo.

E quem pensa que transportar medicamento irregular não dá cadeia, se engana. O delegado da Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico) Adriano Garcia explica que carregar medicação que não é regulamentada no país é crime. Falsificar, corromper e adulterar medicação pode dar de 10 a 15 anos de prisão.

Workshop

As palestras voltadas para fiscais da Vigilância Sanitária Estadual, farmacêuticos, agentes das polícias Federal, Rodoviária Federal, Militar, Civil e Guarda Municipal mostram a diferença entre medicamentos falsos e os verdadeiros e como os profissionais podem identificá-los.

A abertura da palestra será às 8 horas, com o tema “Visão Geral sobre Produtos Ilegais/Impactos ao Paciente, pela palestrante Regina Zamith. São temas do workshop: Perfil de Apreensões de Medicamentos Falsificados, ministrado pela PRF e Identificação de Medicamentos Falsificados.

A programação se estende até às 18 horas e a entrada é gratuita. O Conselho de Farmácia fica na rua Rodolfo José Pinho, 66, no Jardim São Bento.

Dicas

Para a população, o CRF/MS orienta que preste atenção à tinta reativa, conhecida como raspadinha, presente na embalagem do produto. “Ela deve existir e quando raspada com metal, tem que ter escrito ‘qualidade’ e o nome ou logomarca da indústria fabricante”.

Outro item que o paciente deve estar atento é quanto ao número do lote na caixa ser o mesmo do medicamento. “Precisa perceber também se houver alteração na cor ou precipitação do medicamento, o Conselho orienta para que o paciente não faça o uso e leve de volta na farmácia onde comprou e procure o farmacêutico para se orientar”, diz Ronaldo Abrão. “E uma vez aberta a embalagem, o produto não pode ser vendido violado”, completa.