A Apple intensificou desde o ano passado a fiscalização das condições trabalhistas em empresas fornecedoras, descobrindo vários casos de discriminação, problemas salariais e uso de trabalho infantil.

O fabricante do iPhone e iPad, que depende fortemente de parceiros asiáticos como a taiwanesa Foxconn Technology Group, disse na quinta-feira que realizou 393 auditorias no ano passado, 72 por cento a mais do que em 2011, avaliando as instalações onde mais de 1,5 milhão de trabalhadores fazem seus produtos.

Nos últimos anos, a Apple tem sido acusada de lucrar à custa de trabalhadores chineses maltratados e mal pagos. Essa crítica ganhou força em 2010, após relatos de uma onda de suicídios numa fábrica da Foxconn na China, onde trabalhadores migrantes eram submetidos a longas jornadas de trabalho em troca de salários irrisórios e de espaço em alojamentos superlotados.

Foxconn é o nome comercial da empresa Hon Hai Precision Industry, que emprega 1,2 milhão de funcionários em vários lugares da China.

Sob o comando de Tim Cook, que assumiu a direção da Apple no lugar de Steve Jobs em 2011, a empresa tomou novas medidas para melhorar seu histórico e ter mais transparência. Isso incluiu minuciosas auditorias em sua vasta cadeira de fornecimento. No ano passado, a Apple aceitou auditorias paralelas da entidade Associação do Trabalho Justo.

Em entrevista na quinta-feira, o vice-presidente operacional Jeff Williams disse que a Apple está empenhada em resolver duas das questões mais graves – o uso de trabalho infantil e as jornadas que superam as 60 horas semanais.

Embora os menores de idade representem uma parcela pequena da força de trabalho, a empresa diz estar investigando fornecedores secundários – que geralmente produzem peças para os fornecedores maiores -, chegando em alguns casos a suspender os contratos.

“Vamos fundo na cadeia de fornecimento para encontrar “, disse Williams. “E quando encontramos, asseguramos que os trabalhadores menores recebem amparo, e que os fornecedores são responsabilizados.”