Há crescentes expectativas de que um ambicioso acordo comercial entre uma dúzia de nações banhadas pelo ífico seja concluído em dois a três meses, em meio a sinais de que a vontade política está se sobrepondo às dificuldades técnicas.

Dias depois da aprovação de um acordo no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), ministros de 12 nações participam de reuniões a portas fechadas num hotel de Cingapura para tentar estabelecer a Parceria Transpacífica (PTP).

O acordo estabeleceria uma zona de livre comércio estendendo-se do Vietnã ao Chile, reunindo cerca de 800 milhões de pessoas e quase 40 por cento da economia global.

Bem mais abrangente do que outros acordos, este iria além das tarifas sobre o comércio físico, tentando regulamentar áreas sensíveis como compras governamentais e o poder das empresas para processar governos.

Há poucos meses, um acordo parecia muito distante, e só em julho o Japão aderiu às negociações. Houve muitos atritos em torno de questões como tarifas sobre produtos agrícolas e regras para a liberdade na Internet e para empresas estatais.

Mas o esforço dos Estados Unidos para tentar alcançar algum tipo de acordo até o fim do ano parece estar dando resultado. O vice-ministro japonês Yasutoshi Nishimura disse a jornalistas que houve progressos durante as negociações mantidas no jantar de domingo, e observadores afirmam que houve muitos avanços preliminares das discussões da PTP durante a reunião da semana passada da OMC em Bali.

“Eu gostaria de continuar fazendo esforços no sentido de um acordo até o fim do ano”, disse Nishimura, acrescentando planejar manter negociações bilaterais com os Estados Unidos ainda nesta segunda-feira.

A reunião de quatro dias em Cingapura termina na terça-feira, e observadores dizem ser improvável a conclusão de um acordo até lá. Mas, segundo eles, pode surgir desse evento o impulso necessário para selar o tratado nos próximos meses, mesmo que muitas questões técnicas não sejam finalizadas.

“Se eles estiverem suficientemente próximos nas questões técnicas, podem anunciar uma espécie de acordo político e dizerem: ‘Acabamos’, e os últimos pedacinhos vão se resolver sozinhos”, disse Deborah Elms, diretora do Centro de Comércio e Negociações da Fundação Temasek. “Isso é possível.”