Após denúncia sobre o possível fechamento do Hospital do Câncer de Dourados, por conta do não repasse de recursos por parte do Hospital Evangélico, o diretor de oncologia do local, Mario Eduardo Rocha, informou que a ala de oncologia continuará funcionando na semana que vem. Mas como o valor repassado foi inferior ao esperado uma reavaliação deverá ser feita no próximo dia 30.

Segundo ele, foi realizado um depósito de R$ 243,5 mil, quantia inferior ao que se esperava receber, que era de aproximadamente R$ 270 mil. Mas, o valor repassado não diminuiu a crise, diz o médico. “Foram pagos alguns boletos e os honorários médicos de dezembro, mas ainda faltam os desse mês”.

Relembre o caso

O problema veio à tona na quarta-feira, após a diretoria informar que não possuía mais recursos para a aquisição de medicamentos. Havia a possibilidade da ala de oncologia parar de atender na segunda-feira (28). Após a denúncia, uma reunião foi realizada ontem (24) no HC, onde o diretor falou que o hospital está com uma dívida de aproximadamente R$ 800 mil. “O HE vai repassar parte do faturamento de novembro, mas os recursos de setembro e outubro do ano passado ainda não foram pagos”, disse.

A presidente da ACCGD (Associação de Combate ao Câncer da Grande Dourados) e vereadora, Virgínia Magrini, ressaltou que poderá entrar com uma ação junto ao Ministério Público, para que o problema seja resolvido. “Nós vamos ao Ministério Público e vamos achar o culpado, pois o paciente deve estar aflito. O hospital ainda está recebendo doações e quando surgem notícias que ele pode fechar, as arrecadações diminuem”, relatou.

No encontro, também foram apresentados dois ofícios, um datado de 13 de dezembro passado, constando a falta de pagamento do Hospital Evangélico ao laboratório ‘Rochê’, motivo pelo qual os pedidos ficaram suspensos. O documento ainda diz que os valores foram descontados do Centro de Tratamento de Câncer de Dourados, mas não foram repassados ao laboratório. E outro, de 15 de janeiro deste ano, relata ao Superintendente da Associação Beneficente Douradense, Maurício Peralta, que o Hospital do Câncer continuava com problemas na compra de medicação com o mesmo laboratório, por falta de pagamento do HE, e informava a existência de pacientes aguardando a medicação. Caso a situação não fosse regularizada o hospital teria que suspender o tratamento.