Após 40 anos, amigas de infância que descobriram ser irmãs se reencontram na Capital

O presente de Natal de Maria Aparecida está entregue. Em setembro deste ano, ela procurou a polícia para poder encontrar uma irmã que não via há 38 anos. Com dois meses de investigação, e o auxílio de um cartório em Glória de Dourados (distante 275 km da capital), Rosely Rodrigues pôde ser localizada, e o […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

O presente de Natal de Maria Aparecida está entregue. Em setembro deste ano, ela procurou a polícia para poder encontrar uma irmã que não via há 38 anos. Com dois meses de investigação, e o auxílio de um cartório em Glória de Dourados (distante 275 km da capital), Rosely Rodrigues pôde ser localizada, e o caso foi solucionado. Na tarde desta terça-feira (26), a agente Maria Campos da 5ª Delegacia de Polícia colocou as duas frente a frente após 40 anos.

“Fizemos um levantamento criterioso de documentos da década de 70 em um cartório de Glória de Dourados. Apuramos informações dos pais adotivos, dos irmãos e posteriormente chegamos a Rosely. No começo, ela assustou com a notícia de que teria outra família. Então conversei e falei da importância do reencontro. Expliquei que o coração de mãe muitas vezes faz a pessoa ter a dor de dar um filho para que este tenha uma vida melhor”, relata a investigadora de polícia da 5ª DP, Maria Campos, que já resolveu 2.000 casos de desaparecimento, em 16 anos de trabalho.

Rosely, quando recebeu o telefonema da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, acreditou primeiramente que se tratava de um trote. Por morar em Campinas, que considera uma cidade violenta, ela demorou a acreditar na notícia e inclusive procurou nas redes sociais se Maria Campos era realmente uma investigadora de polícia.

“Foi uma surpresa muito grande já que eu amo a família que tive a vida toda. Aos nove anos eu soube que fui adotada e me revoltei bastante, nem quis ir atrás pra saber das minhas origens. Criaram-me muito bem, com amor, então, não tinha por quê. Meus pais foram maravilhosos. Quando me ligaram, fiquei muito preocupada pois em Campinas, onde eu moro, há muitos crimes. Se eu fosse rica iria até desconfiar de que poderia ser um golpe. Procurei no Facebook a investigadora e confirmei de que se tratava de uma policial. Realmente alguém que me ama estava atrás de mim”, diz a instrumentadora cirúrgica, Rosely Rodrigues, de 42 anos, que desembarcou em Campo Grande às 13h30 desta terça-feira.

A procura

Maria Aparecida Ribeiro, que hoje tem 45 anos, conta que Rosely Rodrigues nasceu na casa onde sua família residia em Glória de Dourados. Dias depois, a irmã foi doada pela mãe para um casal que morava na mesma rua. Por sete anos elas conviveram sem saber que era irmãs, e mostravam um entrosamento que impressionava outras pessoas.

“Por eu ser mais velha me lembro de mais coisas talvez que a minha irmã. A Rosely e eu brincávamos muito e nos dávamos bem. Ela tinha muitos brinquedos, em especial uma boneca enorme que ela tinha muito ciúme. O incrível é que ela não implicava quando eu pegava a boneca, e isso encantava todo mundo pelo carinho que tínhamos uma pela outra”, fala a costureira Cidinha, como é conhecida.

Cidinha soube que Rosely era sua irmã em janeiro deste ano, por meio de sua mãe, que veio a morrer dias depois, vítima de um câncer. João, um dos cinco irmãos dela, também já falecido, havia descoberto a verdade sobre Rosely em 2010, quando, inclusive, procurou-a em Campo Grande.

Após a morte da mãe, a costureira de Glória de Dourados resolveu procurar a irmã. Para isso, pediu ajuda para sua comadre Regina Gottens, 59, moradora de Campo Grande. As duas rodaram vários bairros nas visitas de Cidinha à capital, porém não acharam Rosely, até que tiveram a orientação de procurar a polícia.

“A gente é amiga faz muito tempo, eu conheci a mãe da Cidinha e me prontifiquei a ajudar. Andamos muito por Campo Grande e sei que ela queria encontrar a Rosely antes do Natal. Dois meses depois que fomos à delegacia, felizmente o caso foi resolvido. Que Deus abençoe essa investigadora”, conta a amiga de Cidinha, maior incentivadora do reencontro.

Últimas Notícias

Conteúdos relacionados