O racha entre os artistas que compõem a Associação Procure Saber, noticiado neste sábado, chegou a seu momento mais explícito: Caetano Veloso, um dos integrantes do grupo (ao lado de Roberto Carlos, Gilberto Gil, Chico Buarque e outros), criticou publicamente a atitude de Roberto Carlos, que “só apareceu agora, quando da mudança de tom” na discussão sobre as biografias.

Em texto publicado em sua coluna dominical no jornal “O Globo”, o baiano também critica a participação do advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, 56, nas ações do grupo.

“Kakay é advogado de RC, não fala oficialmente pela associação. E RC só apareceu agora, quando da mudança de tom. Apanhamos muito da mídia e das redes, ele vem de Rei. É o normal da nossa vida. Chico era o mais próximo da posição dele; eu, o mais distante”, escreveu Caetano.

Kakay presta consultoria a Roberto Carlos na disputa judicial em torno das biografias e frequentou reuniões do grupo Procure Saber, que apoiou publicamente a exigência de autorização prévia para a publicação de biografias –uma posição que sempre foi defendida por RC.

Com a má repercussão gerada pela atitude do grupo, acusado de censura, entrou em cena um “administrador de crises” convocado por Kakay e por Dody Sirena (empresário de Roberto Carlos), que sugeriu uma nova abordagem do assunto –depois disso, Roberto Carlos deu uma entrevista ao “Fantástico”, no último domingo (27), em que afirmou ser a favor das biografias não autorizadas, desde que houvesse “certos ajustes” à legislação vigente.

“Hoje (sexta), leio que um administrador de crises sugere que a Procure Saber seja desfeita, já que a mácula de atitude de censores pode sumir das imagens dos artistas, (…) mas não da de uma associação. Bem, o mínimo que posso dizer é que justamente meu desprezo pela ideia de cuidar de minha imagem como quem a programa para obter aprovação é o mesmo que me leva a tender para a liberação das biografias e a olhar com desconfiança para o conselho do especialista”, escreveu Caetano em sua coluna.