Está difícil descobrir quem assumirá a vaga de vereador se Alceu Bueno (PSL) for cassado pela Justiça Eleitoral. Isso porque, o primeiro suplente da coligação, Francisco (Saci), do PRTB, também foi flagrado com suspeita de irregularidade na eleição para vereador em 2012.

No dia 12 de setembro de 2012, após denúncias feitas por telefone ao Tribunal Regional Eleitoral, a Justiça Eleitoral apreendeu uma lista de Francisco Saci com cadastro de 787 veículos. A época, o juiz Flávio Saad Peron chegou a dizer que além da cassação da candidatura, os candidatos estavam sujeitos à pena de quatro anos de reclusão, que também poderia ser estendida ao eleitor que recebe o benefício ilegal. Ele ainda ameaçou pedir inquérito de corrupção eleitoral passiva para também punir os eleitores. Porém, no site do TRE/MS não é possível localizar processo em nome do candidato.

Caso Francisco Saci seja impedido de assumir, a vaga ficaria com Roberto Santana dos Santos (PRB), o Betinho, que conseguiu 2.400 votos. Todavia, em meio a avalanche de investigações e a própria anulação dos votos de Francisco Saci, caso seja condenado, pode provocar alterações na lista.

O Caso

O vereador Alceu Bueno está na mira da Justiça Eleitoral. Quatro testemunhas procuraram o promotor eleitoral Clovis Smaniotto para fazer uma denúncia. Eles acusam o vereador de gastar R$ 100 mil em troca de voto por combustível. As denúncias fizeram o promotor pedir para as testemunhas serem ouvidas no processo, mas Alceu Bueno recorreu e conseguiu derrubar o pedido. Porém, a juíza Elisabeth Rosa Baish autorizou a inclusão do depoimento por avaliar que os depoimentos são fundamentais para o processo. A nova audiência foi marcada para agosto.

Em entrevista ao Midiamax um dos eleitores confessou que trabalhou para Alceu em troca de combustível e outra eleitora disse que recebeu oferta para adesivar o carro, também em troca de combustível. Os telefones dos eleitores, placa de carro e endereço foram localizados em uma lista entregue a Justiça por assessores do vereador.

Outros casos

O Ministério Público Eleitoral denunciou os quatro vereadores: Thais Helena (PT), Paulo Pedra (PDT), Alceu Bueno e Delei Pinheiro (PSD) por suposta troca de combustível por voto. A Justiça encontrou requisições de vale combustível em um posto na avenida Cel. Antonino, constando placa de veículos ou nome de beneficiários, mesmo com nota emitida em nome dos candidatos. Durante a investigação a Justiça teria apreendido lâminas de cheque e R$ 16 mil em espécie. Porém, os vereadores negam irregularidades e afirmam que os vales referem-se a contratados como cabo eleitoral.

Recentemente, a juíza Elisabeth Rosa condenou o presidente da Câmara, Mário César (PMDB), à perda imediata do mandato, inelegibilidade por oito anos e ao pagamento de multa de 50 mil UFIR (R$ 53 mil de multa). Ele foi acusado de compra de votos por meio de distribuição de combustível nas eleições de 2012. Porém, conseguiu liminar e continua com o mandato até o julgamento da ação pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE).