Acusado de ser ‘fantasma’ no HU, diretor do Regional diz trabalhar à noite e fim de semana
Diretor-geral do HR afirma que trabalha 20 horas semanais no HU, “sem hora e sem lugar”, na implantação de dois novos tipos de serviços
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Diretor-geral do HR afirma que trabalha 20 horas semanais no HU, “sem hora e sem lugar”, na implantação de dois novos tipos de serviços
A reportagem do Midiamax recebeu denúncia de um leitor – anônima, frise-se- dando conta de que o presidente da Fundação de Saúde do MS, e diretor-geral do Hospital Regional (HR), o médico Ronaldo Perches Queiroz, era servidor “fantasma” do Hospital Universitário da UFMS (HU), de Campo Grande.
Procurados pela reportagem, tanto Ronaldo Perches quanto a direção do HU confirmaram que o expediente dele no hospital é de 20 horas semanais.
No entanto, com informações divergentes, o próprio Perches admite que “não tem hora, e nem lugar” para trabalhar em projetos que estão em fase de organização.
A assessoria do HU informou que Perches trabalha 10 horas semanais (duas noites de 5 horas) em um serviço ainda em implantação, a Polissonografia, relativa aos distúrbios do Sono.
“O serviço está em fase de implantação, ainda sem condições de atendimento ao público, está em fase de elaboração dos protocolos, treinamento de pessoal técnico e finalização da instalação de equipamentos. É possível que esteja em pleno funcionamento a partir de meados de março”, informa a assessoria.
Perches, ao contrário, informou uma jornada de trabalho diferente. “A carga horária foi dividida em 12 horas dedicadas à pneumologia, onde estarei trabalhando à noite no Laboratório de Medicina do Sono, em fase de organização, planejamento e final de instalação no Serviço”, afirmou.
Segundo o médico, “as outras 8 horas estão vinculadas ao assessoramento na Direção Geral do HU, onde à noite e finais de semana darei apoio à área de gestão, implantando Curso de Gestão Hospitalar para médicos e servidores do hospital, assim como participando do NAQH – Núcleo de Acesso e Qualidade Hospitalar, também em fase de implantação no Hospital Universitário”.
Pershes informou ainda que foi aprovado em concurso no HU em prova realizada em maio de 2012, com posse no cargo em setembro do mesmo ano.
Pelos vínculos empregatícios que constam no Cadastro de Estabelecimentos de Saúde (CNES), o médico responsável para direção-geral do HR, o maior hospital estadual do MS, tem mais dois empregos, além do HU.
Como médico pneumologista, Perches mantém vínculo na Clinica Médica Anhanguera, onde trabalha 20 horas semanais. E também atua como autônomo na Cardiomed, com expediente de 20 horas semanais.
Ou seja, Perches trabalha 60 horas semanais fora do Hospital Regional, que apresenta problemas crônicos e graves de atendimento ao público.
Médicos são chefes e subalternos ao mesmo tempo
O Hospital Universitário é dirigido pelo médico José Carlos Dorsa, a quem Perches presta serviços. A clínica Cardiomed, onde Perches trabalha, é de propriedade de Dorsa.
A situação se inverte porque Dorsa tem jornada de trabalho do Hospital Regional muito superior a do HU, que ele dirige.
Como médico do HR, dirigido por Perches, Dorsa tem uma carga de trabalho semanal de 36 horas, segundo dados do CNES do médico.
O cadastro de Dorsa aponta trabalho de apenas 6 horas semanais à frente do HU. A isso some-se o seu trabalho como médico e diretor da Cardiomed.
Tanto quanto o Hospital Regional, o Universitário apresenta graves e crônicos problemas de atendimento ao SUS.
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