Ações ordinárias da Petrobras desabam após mudança em dividendos

A decisão da Petrobras de fazer uma distribuição diferenciada de dividendos para suas classes de ações, somada aos fracos resultados operacionais da estatal no quarto trimestre , pesou nos papéis da petrolífera nesta terça-feira. A ação ordinária foi a que mais sofreu, registrando queda de 8,29%, a R$ 16,60, enquanto a preferencial teve ganho 0,44%, […]

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A decisão da Petrobras de fazer uma distribuição diferenciada de dividendos para suas classes de ações, somada aos fracos resultados operacionais da estatal no quarto trimestre , pesou nos papéis da petrolífera nesta terça-feira.

A ação ordinária foi a que mais sofreu, registrando queda de 8,29%, a R$ 16,60, enquanto a preferencial teve ganho 0,44%, a R$ 18,08. O Ibovespa, referencial da bolsa paulista, teve variação negativa de 0,22%, indo a 59.444 pontos.

Segundo analistas, a queda de Petrobras na bolsa era explicado pela mudança na distribuição de dividendos da estatal. Na noite de segunda-feira, por ocasião da divulgação de seu balanço trimestral, a companhia informou que pagará dividendo de R$ 0,47 por ação ordinária e R$ 0,96 por ação preferencial.

– Ações da Petrobras são boa aposta só no longo prazo, dizem analistas

Nos últimos anos, a estatal vinha distribuindo o mesmo valor em remuneração aos acionistas de ambas as classes de papéis.

“Isso mostra que de fato falta capacidade para a companhia conseguir entregar resultado e distribuir dividendo”, avaliou a equipe de análise da XP Investimentos.

– Mais: em 2012, Petrobras teve o menor lucro em oito anos

Em relatório, analistas do Bank of America Merrill Lynch classificaram como “precedente negativo” a decisão da companhia de pagar dividendo diferenciado para as ações ordinárias e preferenciais com objetivo de preservar caixa.

Os papéis da Petrobras foram os mais negociados no pregão desta terça-feira. Os preferenciais movimentaram R$ 1,3 bilhão, enquanto as ordinárias tiveram negócios da ordem de R$ 908 milhões. A Bovespa, no total, movimentou R$ 8,6 bilhões no pregão.

Resultados ruins

O mercado também reagiu mal aos resultados da Petrobras no quarto trimestre de 2012 .

O lucro da estatal subiu 53,4% de outubro a dezembro ante o mesmo trimestre de 2011, devido a ganhos financeiros. A área de Abastecimento, responsável pela venda de combustíveis, continuou operando no vermelho, com perdas bilionárias.

“A última linha foi positiva, mas o resultado operacional foi fraco, muito pressionado por aumento de despesas”, disse o analista Luiz Otávio Broad, da Ágora Corretora no Rio de Janeiro.

A venda de combustíveis com prejuízo foi um dos fatores que pesaram no lucro anual, que recuou 36% na comparação com 2011, para R$ 21,18 bilhões, configurando o menor lucro anual da empresa desde 2004.

Para o analista da Ágora Corretora, medidas como o recém-anunciado aumento dos preços de gasolina e diesel podem trazer algum alívio para o resultado da empresa em 2013, mas o cenário é preocupante.

“Tendo em vista os fortes investimentos planejados, esse será mais um ano de forte alavancagem para a empresa e isso continua a preocupar”, avaliou Broad.

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