Vigia mentiu sobre morte de Mércia Nakashima, diz promotor
O vigia Evandro Bezerra Silva, 40, acusado de envolvimento na morte da advogada Mércia Nakashima, mentiu no segundo depoimento que prestou à polícia, segundo o promotor Rodrigo Merli Antunes, que cuida do caso, afirmou ao UOL nesta quinta-feira (28). Apesar de negar participação no crime, ocorrido em 23 de maio de 2010, ele admitiu ter […]
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O vigia Evandro Bezerra Silva, 40, acusado de envolvimento na morte da advogada Mércia Nakashima, mentiu no segundo depoimento que prestou à polícia, segundo o promotor Rodrigo Merli Antunes, que cuida do caso, afirmou ao UOL nesta quinta-feira (28). Apesar de negar participação no crime, ocorrido em 23 de maio de 2010, ele admitiu ter se encontrado naquele dia com o policial militar aposentado Mizael Bispo de Souza, 41, ex-namorado da vítima e acusado da morte dela.
“Ao contrário do que ele falou, que não sabia o que estava acontecendo naquele dia e que passou o dia todo do assassinato em um posto de gasolina, sabemos que ele esteve no encalço da vítima por causa do rastreamento do celular. Sabemos que ele esteve nos arredores da casa da Mércia e da casa da avó dela”, afirmou Antunes. O promotor também enfatizou que há registro de 19 ligações feitas entre Silva e Mizael.
Segundo a versão do vigia, Mizael telefonou para ele pedindo uma carona após uma festa. “[Ele me telefonou pedindo] para eu pegar ele, [dizendo] que estava numa festa com os amigos e que não estava com o carro dele”, diz o vigia. “Os amigos tinham ido embora, tinham deixado ele lá.”
O vigia afirmou ainda que reparou que Mizael estava armado na ocasião, mas não estranhou, já que ele sempre carregava suas armas. “Um [revólver calibre] 38 e uma pistola”, afirmou. “Eu sei que ele estava com as duas armas dele”.
Silva foi preso no último sábado (23) em Alagoas e prestou novo depoimento na segunda-feira (25). Desta vez, o depoimento foi gravado e divulgado para a imprensa, pois, após prestar o seu primeiro, quando havia sido preso pela primeira vez, o vigia chegou a dizer que sofrera tortura para confessar participação no crime.
“Ele está tentando ganhar algum benefício com delação premiada, só que, na verdade, não adianta se ele estiver mentindo. O depoimento dele não bate com as provas técnicas.” Para contar, explica o promotor, é preciso contribuir efetivamente para a investigação.
Silva contou ainda que ouviu uma conversa entre Mizael e o irmão dele, Altair Bispo de Souza, em que reclamava que o carro de Mércia tinha ficado numa parte rasa da represa. “[Eles disseram que] tinham de ter puxado o carro mais para a frente”, diz o vigia. “[Eles diziam que] não era para deixar o carro naquele lugar, que é raso. A água ia baixar e, depois… deu no que deu.”
Tanto Mizael quanto Silva alegam inocência. A reportagem tentou localizar nesta quinta-feira (28) os advogados de defesa de ambos, mas não conseguiu.
Prisão
Os policiais chegaram até Silva, em São José da Tapera, no sertão alagoano, na manhã de sábado em uma ação conjunta entre a polícia paulista e a FNS (Força Nacional de Segurança). A quebra do sigilo telefônico de pessoas próximas de Silva já tinha fornecido pistas de que ele poderia estar em Alagoas.
Paralelamente, ao fazer uma busca num assentamento de terra, a Força Nacional tinha encontrado um celular de Silva com diversas fotos e vídeos feitos na região. “A partir daí, foram identificadas diversas localidades por onde ele tinha passado, tudo na região da cidade natal dele, e o cerco foi se fechando.”
O crime
O crime aconteceu em 23 de maio de 2010 em Guarulhos, na Grande São Paulo. Segundo a perícia, Mércia foi atingida por um tiro no rosto, que não a matou. Em seguida, o veículo foi empurrado para dentro de uma represa, onde ela morreu afogada.
O corpo foi achado em 11 de junho no carro dela na represa de Nazaré Paulista (a 64 km de São Paulo). Em agosto, Silva e chegou a ser preso logo depois, mas foi liberado em agosto daquele ano por conta de um habeas corpus.
Os dois foram denunciados por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, cruel e sem possibilidade de defesa da vítima). Eles negam participação no crime.
Para o Ministério Público, a advogada foi morta porque Mizael não aceitava o fim do relacionamento.
Após mais de um ano foragido, Mizael se entregou em 24 de fevereiro deste ano e está preso no presídio da Polícia Militar.
Antunes afirmou que ainda não foi marcada a data do júri popular, mas que é provável que seja no primeiro semestre de 2013.
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