Vaticano condena cúmplice de espionagem a dois meses de prisão

Dois meses de prisão foi a sentença recebida neste sábado por Claudio Sciarpelletti, técnico de informática acusado de encobrir Paolo Grabiele, ex-mordomo do papa Bento XVI, no caso de roubo e vazamento de documentos do Vaticano. Apesar de condenado, o homem de 48 anos teve a pena suspensa por cinco anos. O presidente do Tribunal […]

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Dois meses de prisão foi a sentença recebida neste sábado por Claudio Sciarpelletti, técnico de informática acusado de encobrir Paolo Grabiele, ex-mordomo do papa Bento XVI, no caso de roubo e vazamento de documentos do Vaticano. Apesar de condenado, o homem de 48 anos teve a pena suspensa por cinco anos.

O presidente do Tribunal de Jutiça do Vaticano, Giuseppe Gadanha Torre, explicou que a condeção inicial de Sciarpelletti fora de quatro meses, período reduzido depois à metade por causa de atenuantes – como a ausência de antecedentes criminais. A sentença contra o técnico de informática ainda inclui o pagamento das despesas com o processo na justiça.

A condenação saiu após a segunda audiência de Sciarpelletti, iniciado há cinco dias. O vazamento dos documentos, que o técnico teria ajudado a encobrir, ficou conhecido como “Vatileaks”. O italiano está detido desde 25 de maio, não tem antecedentes criminais.

Neste sábado, a corte iniciou os trablahos por volta das 9h15 no horário local (6h15 de Brasília), e ouviu o depoimento do acusado. Outras testemunhas, como o monsenhor Carlo Maria Polvani, da Secretaria de Estado da Santa Sé, e Domenico Giani, chefe da Gendarmaria vaticana estavam na lista, ao lado de William Kloter, vice-comandante da Guarda Suíça, e do gendarme Gianluca Gauzzi Brocoletti.

Sciarpelletti encarava a possibilidade de ser condenado por até um ano de prisão, segundo a legislação do Vaticano. Gabriele, que teria sido responsável pelo roubo, pegou 18 meses de prisão, pena que cumpre desde 25 de outubro – o julgamento do ex-mordomo foi no dia 6 do último mês.

O julgamento dos dois deveria ter sido junto, no final de setembro mas a corte separou os processos. A primeira vez de Sciarpelletti em frente ao Tribunal foi na segunda-feira, data em que a defesa apresentou exceções preliminares e pediu cancelamento da ação. Segundo os advogados, o réu colaborou com a justiça.

O pedido foi negado, segundo o Tribunal, porque Sciarpelletti deu três versões diferentes sobre os documentos privados encontrados em seu poder. Alguns deles figuraram mais tarde no livro Sua Santita, do jornalista Gianluigi Nuzzi, que revela tramas e intrigas no pequeno Estado.

Inicialmente, Sciarpelletti afirmou ter recebido o envelope com os documentos há dois anos, do ex-mordomo. Depois, afirmou que foi um sacerdote – aparentemente o monsenhor Carlo Maria Polvani – com instruções de guardar os papeis e entregá-los a Gabriele. Na terceira versão da história, o técnico de informática disse que ter recebido o envelope de uma terceira pessoa, não identificada.

A defesa do réu atribui as diferentes informação ao “estado emocional” de Sciarpelletti, e insistiu na tese de que ele colaborou com a corte. “Como ele iria jogar pela janela um trabalho de 20 anos na Santa Sé para ajudar uma pessoa à qual raramente via, que não era seu amigo? Por que iria dificultar o trabalho da justiça?”, questionou Benedetti.

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