A Unasul exigirá ao Paraguai um processo eleitoral transparente para que o país seja readmitido após a destituição de Fernando Lugo, indicou nesta segunda-feira o presidente do grupo de alto nível da organização formado para acompanhar e avaliar a situação paraguaia, o peruano Salomón Lerner Ghitis.

Essa será uma das condições mínimas de democracia que os membros da Unasul decidiram exigir ao Paraguai na primeira reunião deste grupo, realizada em Lima, uma vez que o Peru ostenta a presidência temporária da organização, em detrimento do Paraguai.

A Unasul afastou o Paraguai da presidência e da própria instituição por considerar que o processo que levou à destituição de Lugo como presidente do país não contou com as garantias suficientes.

A organização também requer que as eleições sejam “equitativas e que exista o respeito às liberdades políticas e aos direitos humanos, com garantias à livre expressão, à reunião dos diferentes partidos políticos e a um tribunal eleitoral que respeite todos os participantes”.

Salomón Lerner esclareceu que o objetivo primordial da Unasul não é o retorno de Fernando Lugo ao poder, “porque esse é um tema interno do Paraguai”, mas sim fazer o “acompanhamento político de todos os eventos, já que existe uma ruptura democrática a oito meses do processo eleitoral”.

Para isso, este grupo de acompanhamento da crise paraguaia elaborou em sua primeira reunião “um programa de trabalho conjunto com relatórios periódicos de avaliação” que serão elaborados nas próximas semanas para a segunda reunião do grupo, que será realizada em 13 de agosto, também em Lima.

As avaliações serão realizadas “através das diferentes embaixadas credenciadas ainda no Paraguai”, uma vez que a Unasul ainda não mantém nenhum contato com o atual governo paraguaio, segundo reconheceu Lerner.