Última sessão antes da eleição terá voto de revisor sobre Dirceu
A última sessão do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF) antes da eleição começará com a conclusão do voto do revisor sobre a acusação de corrupção ativa contra o ex-ministro da Casa Civil do governo Lula José Dirceu. Ricardo Lewandowski surpreendeu quando pediu para iniciar a leitura de seu voto ontem, por volta […]
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A última sessão do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF) antes da eleição começará com a conclusão do voto do revisor sobre a acusação de corrupção ativa contra o ex-ministro da Casa Civil do governo Lula José Dirceu. Ricardo Lewandowski surpreendeu quando pediu para iniciar a leitura de seu voto ontem, por volta das 19h, logo após a conclusão da fala do relator, Joaquim Barbosa.
No último capítulo do julgamento, as divergências entre o relator e o revisor já aparecem. Lewandowski discordou de Barbosa ao votar pela absolvição do ex-presidente do PT José Genoino. Por outro lado, ele condenou o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, o empresário Marcos Valério, seus sócios Cristiano Paz e Ramon Hollerbach, e a diretora administrativa da SMP&B, Simone Vasconcelos.
Além de Genoino, o revisor votou também pela absolvição do advogado Rogério Tolentino, da gerente financeira da SMP&B, Geiza Dias, e do ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto. Depois de Lewandowski, os demais ministros votarão sobre os mesmos réus. Não há limite de tempo para os votos e, dependendo do andamento da sessão, os acusados podem ser condenados hoje mesmo.
Na primeira parte da sessão da última quarta-feira, o relator da ação, Joaquim Barbosa, votou pela procedência da acusação da Procuradoria Geral da República em relação a Dirceu, Genoino, Delúbio, Valério, seus sócios, Tolentino e Simone Vasconcelos, quanto ao crime de corrupção ativa. Em relação a Anderson Adauto e Geiza Dias, o relator concluiu pela absolvição dos dois réus.
O mensalão do PT
Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele, parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de acordo com os interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.
No relatório da denúncia, a Procuradoria-Geral da República apontou como operadores do núcleo central do esquema José Dirceu, o ex-deputado e ex- presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, e o ex- secretário-geral Silvio Pereira. Todos foram denunciados por formação de quadrilha. Dirceu, Genoino e Delúbio respondem ainda por corrupção ativa.
Em 2008, Sílvio Pereira assinou acordo com a Procuradoria-Geral da República para não ser mais processado no inquérito sobre o caso. Com isso, ele teria que fazer 750 horas de serviço comunitário em até três anos e deixou de ser um dos 40 réus. José Janene, ex-deputado do PP, morreu em 2010 e também deixou de figurar na denúncia.
O relator apontou também que o núcleo publicitário-financeiro do suposto esquema era composto pelo empresário Marcos Valério e seus sócios (Ramon Cardoso, Cristiano Paz e Rogério Tolentino), além das funcionárias da agência SMP&B Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Eles respondem por pelo menos três crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
A então presidente do Banco Rural Kátia Rabello e os diretores José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório foram denunciados por formação de quadrilha, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. O publicitário Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) Luiz Gushiken é processado por peculato. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi denunciado por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) responde a processo por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia inclui ainda parlamentares do PP, PR (ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles o próprio delator, Roberto Jefferson.
Em julho de 2011, a Procuradoria-Geral da República, nas alegações finais do processo, pediu que o STF condenasse 36 dos 38 réus restantes. Ficaram de fora o ex-ministro da Comunicação Social Luiz Gushiken e do irmão do ex-tesoureiro do Partido Liberal (PL) Jacinto Lamas, Antônio Lamas, ambos por falta de provas.
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