tudo sobre o tema Eleições 2012 Em debate ‘públicitário’, Márcio e Patrus duelam e são atacados por nanicos
Os dois primeiros colocados nas pesquisas de intenção de voto na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte, o prefeito candidato à reeleição Márcio Lacerda (PSB) e o ex-ministro Patrus Ananias (PT), foram o centro das críticas no debate promovido pela RedeTV! e Folha de S.Paulo nesta sexta-feira (08). De acordo com a última pesquisa do […]
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Os dois primeiros colocados nas pesquisas de intenção de voto na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte, o prefeito candidato à reeleição Márcio Lacerda (PSB) e o ex-ministro Patrus Ananias (PT), foram o centro das críticas no debate promovido pela RedeTV! e Folha de S.Paulo nesta sexta-feira (08). De acordo com a última pesquisa do Ibope, Lacerda segue na liderança com 44% das intenções de voto e Patrus é o segundo colocado, com 30%.
O embate tomou um tom “publicitário”, com os postulantes aproveitando o tempo de exposição disponível para expor suas propostas e planos de governo. Com a candidatura lançada há pouco mais de um mês, após o racha entre o PSB e o PT mineiros, Patrus usou todas as oportunidades que teve para se apresentar e “colar” sua imagem à do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff, destacando sua atuação como ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome em programas populares da gestão petista, como o Bolsa Família.
Márcio Lacerda também utilizou o tempo de suas perguntas para tratar de temas de destaque em sua administração, como geração de empregos e educação. O socialista falou por diversas vezes sobre a percepção positiva de sua gestão, citando ainda a última pesquisa Datafolha, que o apontou como o prefeito mais bem avaliado entre as seis principais capitais do País.
A estratégia foi seguida ainda pela candidata Maria da Consolação (PSOL), que pediu votos e doações para a campanha durante suas intervenções. As críticas mais fortes ficaram a cargo dos jornalistas e dos “nanicos”, Maria e Alfredo Flister (PHS).
Logo no primeiro bloco, Lacerda foi questionado sobre a demora da entrega de seu plano de governo ao Tribunal Regional Eleitoral, que deveria ter sido feita em julho. “Não é ilegítimo participar de uma eleição sem apresentar um programa?” atacou Maria. O candidato defendeu-se, afirmando que havia entregado um “resumo” e que até o dia 15 deste mês apresentaria o documento completo à Justiça Eleitoral. Lacerda foi questionado pelo repórter da emissora, Rodrigo Cabral, se permaneceria no cargo de prefeito até o final de seu mandato, ou se tentaria se eleger governador de Minas em 2014, caso lhe fosse pedido pelo senador Aécio Neves (PSDB) ou pelo governador Eduardo Campos (PSB). “Eu quero continuar ser prefeito de Belo Horizonte por mais quatro anos, não pretendo me candidatar a nenhum outro cargo”, alegou.
Flister focou suas críticas no candidato petista, questionando o motivo da gestão de Patrus ter vetado a cobrança de meia tarifa para estudantes no transporte público e em espetáculos culturais. “Quando nós assumimos, Belo Horizonte tinha a terceira passagem mais cara do Basil. Quando saímos, Belo Horizonte tinha a segunda passagem mais barata do Brasil”, defendeu-se e afirmou que implantará a meia passagem para estudantes da rede pública na cidade.
O candidato do PHS votou a alfinetar a Prefeitura de Patrus através de críticas ao modelo da escola plural, implantado na rede municipal da cidade em 1995. “[O modelo] lançou milhares de jovens no semi analfabetismo”, disse. Devido às críticas insistentes ao petista, Flister chegou a ser questionado pela candidata do PSOL sobre a origem do financiamento de sua campanha e se aquela não se tratava de uma “candidatura laranja” em favor de Márcio Lacerda. “Minha candidatura é financiada pelo meu partido. Essa questão de financiamento é muito difícil tanto para mim quanto para você”, negou Flister.
No final da fala, ele voltou a falar sobre a escola plural. Até o rompimento com o PT, o PHS fazia parte da base aliada de Lacerda. Nos confrontos diretos entre Márcio e Patrus, o petista criticou a gestão socialista na área da saúde, onde acusou Lacerda de apresentar “números mágicos” e de ter fracassado. “Fracasso é um julgamento do senhor, o SUS avalia o SUS de BH como o melhor entre todas as capitais”, rebateu Lacerda, afirmando que seu governo foi responsável pelo maior investimento na saúde entre todas as capitais do País.
Em seguida, o candidato à reeleição perguntou por que Patrus desmerece a decisão de Dilma de fazer uma parceria com o governo mineiro para expandir o metrô de Belo Horizonte “Os recursos podem vir, sim, o que está faltando é energia da prefeitura para tocar os projetos”, rebateu Patrus. “Mensalões” Os temas do julgamento do mensalão e do chamado mensalão mineiro foram citados no debate apenas pelos jornalistas presentes.
Márcio Lacerda foi questionado se achava coerente utilizar o caso do mensalão em suas críticas ao PT se o presidente do PSB mineiro, Walfrido dos Mares, foi acusado de envolvimento mensalao mineiro, considerado o “laboratório” da contraparte atualmente julgada no Supremo Tribunal Federal. “Minha posição é a mesma, que a justiça defina. Sem julgamento o inocente não é inocentado”, afirmou, dizendo que acredita na inocência de Mares.
Lacerda também negou ter sido beneficiário de recursos do chamado Valerioduto e disse que o publicitário o teria denunciado caluniosamente. O julgamento do mensalão respingou também sob Patrus, que negou-se a comentar o caso. “Eu sou advogado e professor de direito, aprendi que para darmos uma opinião é preciso conhecer os autos. E eu não estou vivendo o processo que hoje está sendo julgado pelo STF”, disse.
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