Tributo à Legião Urbana tem clima de histeria coletiva
Mais de 7 mil pessoas foram ver Wagner Moura se juntar a Marcelo Bonfá e Dado Villa-Lobos para lembrar de clássicos de uma das maiores bandas de rock nacional
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Mais de 7 mil pessoas foram ver Wagner Moura se juntar a Marcelo Bonfá e Dado Villa-Lobos para lembrar de clássicos de uma das maiores bandas de rock nacional
Mais de 7 mil pessoas (cerca de 5,1 mil pagantes, o resto convidados) encheram o Espaço das Américas, na noite desta terça-feira, 29, para presenciar o Tributo à Legiao Urbana, na Barra Funda, um show de tv promovido pela MTV. Com o ator Wagner Moura no lugar do cantor Renato Russo (1960-1996), e os integrantes originais Marcelo Bonfá (bateria) e Dado Villa-Lobos (guitarra), o tributo marcou os 30 anos do grupo brasiliense que foi (e ainda é) uma das maiores bandas do rock nacional de todos os tempos.
O grupo, com três musicos adicionais, começou o show em clima de histeria, com Tempo Perdido. Moura emendou Fábrica logo a seguir, e as vozes da plateia eram até mais fortes que a sua.
“Essa é talvez a noite mais emocionante da minha vida”, disse Moura. “Essa banda mudou a minha vida. Desde que a MTV me convidou, eu só pensava vamos fazer dessa noite algo inesquecíivel. (Talvez seja) a última vez que a gente vá ver o Dado e o Bonfá juntos tocando essas canções no palco”, afirmou, antes de convidar ao palco Fernando Catatau e continuar com Andrea Doria e Quase Sem Querer.
Wagner Moura resolveu fazer o gênero “possuído”, mas pouca gente prestava atenção à qualidade técnica de sua apresentação – a lenda do Legião fazia o serviço, e a força das canções se sobrepunha aos arranjos, como em qualquer barzinho com fãs tocados pela saudade, um violão e um amplificador.
Antes do show, do lado de fora do tributo, na Barra Funda, não houve grandes atribulações, a não ser a gigantesca fila que os fãs enfrentaram para entrar no local do show por volta das 20h30. O show teria como convidado o guitarrista britânico Andy Gill, do decano grupo punk Gang of Four, e foi entremeado com entrevistas e comentãrios de Thunderbird e Daniela Cicarelli.
Esperava-se que fâs mais exaltados fizessem algum tipo de manifestação de desagrado pela presença de Wagner Moura como “substituto” de Renato Russo, mas nada de mais grave aconteceu. Do lado de fora, a trupe do humorístico Pânico na Band, comediantes vestidos como Renato Russo, Capitão Nascimento (personagem mais famoso de Moura) e um clone esfarrapado de Reanto Rocha (ex-baixista da Legião que hoje vive como sem-teto no Rio de Janeiro) divertiam o pessoal na fila e os sem-ingresso que não conseguiram entrar.
“Minha mãe chorou quando o Renato Russo morreu, eu me lembro muito bem”, disse o rapper Emicida, um dos convidados. “Eu ainda não vi nada do show, mas vi os ensaios na TV e achei muito bom. O Legião era muito forte”, afirmou Emicida.
O show não foi muito bem recebido pela família de Renato Russo, que achou o tributo um tanto elitista e fechado demais em sua proposta artística. Giuliano Manfredini, herdeiro do cantor, disse que preferia ver artistas da nova geração em cena, em vez de um ator.
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