Uma corte da Tunísia condenou à revelia o presidente deposto Zine al-Abidine Ben Ali a 20 anos de prisão, nesta quarta-feira, por incitar “assassinatos e saques” durante uma tentativa da polícia de tirar o sobrinho dele do país durante a revolta do ano passado.

O caso envolve a morte de quatro manifestantes, que foram baleados pela polícia na cidade costeira de Wardanein, enquanto tentavam evitar que Qais Ben Ali –que agora está preso na Tunísia– fugisse no dia 15 de janeiro de 2011, um dia depois de o presidente deixar o país.

Diversos assessores de Ben Ali também receberam condenações de 5 a 10 anos de prisão, afirmou a agência oficial de notícias TAP.

Ben Ali, que fugiu para a Arábia Saudita enquanto os protestos tomavam conta da Tunísia, já foi condenado a décadas de prisão, também à revelia, sob acusações que variam de corrupção à tortura, além de enfrentar outras acusações.

No mês passado, um promotor do Exército da Tunísia exigiu que a pena de morte fosse imposta ao ex-presidente por sua atuação no de centenas de manifestantes nas cidades do país onde a Primavera Árabe começou no ano passado.

Há, porém, poucas indicações de que o governo saudita está disposto a extraditar Ben Ali.

O governo da Tunísia enfrenta persistentes críticas por causa se seu fracasso em persuadir a Arábia Saudita a entregar Ben Ali e sua esposa Leila Trabelsi, uma ex-cabeleireira cujo estilo de vida luxuoso passou a ser visto pelos tunisianos como símbolo de uma era corrupta.