Transtornos na avenida Júlio de Castilho já eram previstos, aponta prefeitura
As obras de revitalização na avenida Júlio de Castilho vêm causando confusão entre comerciantes e prefeitura. De um lado os empresários reclamam que as alterações na avenida não seguiram o cronograma acordado e com isso houve prejuízo nas vendas. De outro, a prefeitura diz que os transtornos já eram previstos e que antes de iniciar […]
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As obras de revitalização na avenida Júlio de Castilho vêm causando confusão entre comerciantes e prefeitura. De um lado os empresários reclamam que as alterações na avenida não seguiram o cronograma acordado e com isso houve prejuízo nas vendas. De outro, a prefeitura diz que os transtornos já eram previstos e que antes de iniciar a reforma em uma das principais vias de acesso a diversos bairros da região oeste de Campo Grande foram realizadas dez reuniões, uma em cada trecho da reforma, com moradores e comerciantes para apontar os problemas que ali surgiriam.
Ainda segundo a prefeitura, os moradores e os empresários foram convocados para as reuniões onde foram apresentado o projeto e a necessidade da obra, bem como se discutiu os problemas que uma intervenção desta magnitude traria. “Nós sabíamos que uma intervenção dessas traz transtornos, mas depois quando a obra estiver pronta, tudo vai ficar muito melhor”, disse a assessoria. “Nós convocamos os moradores e os empresários para participarem das reuniões e poucos representantes participaram”, emendou.
Segundo a prefeitura, a obra era necessária porque a via possui ao longo de seu traçado larguras variadas decorrentes do alinhamento predial irregular, situação que gera problemas relacionados à circulação, conforto e segurança. Além disso, a avenida e ruas adjacentes contam com drenagem incompatível e insuficiente e era preciso solucionar esses problemas e dar melhor funcionamento e fluidez no trânsito.
O projeto para reestruturar 6,8 quilômetros de via com 3,3 quilômetros de drenagem de águas pluviais e mais 9,7 quilômetros nas ruas vizinhas começou em agosto do ano passado. A obra está sendo realizada em dez etapas que abrangem três trechos. São eles: 1º Trecho – com a 1ª e 2ª interdições, da Avenida Duque de Caxias até a Capibaribe. 2º Trecho – com 3ª interdição da Avenida Capibaribe até a Yokohama, 4ª interdição da Yokohama até a Avenida Guiratinga, 5ª da Avenida Guaratinga até a Rua Manoel Ferreira e 6ª da Rua Manoel Ferreira até a Avenida Presidente Vargas. 3º Trecho – com a 7ª interdição, que vai da Avenida Presidente Vargas até a Avenida Crisântemos, 8ª que vai da Avenida Crisântemos até a Avenida Aeroclube, 9ª interdição da Avenida Aeroclube até a Rua Itaipu e 10ª até a Avenida Noroeste.
O ponto é que quando a obra iria para o terceiro trecho, por problemas nos postes de luz que precisaram ser retirados e depois realocados, a obra pulou para sétimo trecho. Para os empresários deste trecho [sétimo] a mudança trouxe prejuízos. “Tem lugar que o faturamento caiu de 20 a 80%. Depende do tipo de comércio. Teve um dentista aqui, por exemplo, que estava atendendo um paciente por semana. Que dentista sobrevive com um cliente por semana”, questiona um empresário da região.
Dono do restaurante Alho Frito, o empresário Hamilton Akira, conta que a vizinha, a Pizzaria Luigi mandou todo mundo embora. “O dono está como pizzaiolo e a esposa no caixa e só um rapaz servindo as bebidas. Teve dia que ele vendeu três pizzas. Olha o tamanho da pizzaria”, aponta.
O empresário aponta o mau planejamento das datas e a demora da retirada dos postes por parte da Enersul como causa das quedas nas vendas. Com o abaixo-assinado em mãos, ele mostra que 600 outros empresários estão descontentes com a queda do faturamento, que segundo eles, foi causada com a intervenção.
Os problemas e soluções foram formatados ontem, durante reunião dos comerciantes da Júlio de Castilho, na ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande), em uma carta que será enviada a prefeitura. Segundo a assessoria da ACICG, após o envio da carta eles vão aguardar resposta da prefeitura e se necessário, tomar outras providências.
Sobre a possibilidade de entrar na justiça contra a prefeitura, a assessoria da ACICG disse que esta não á a intenção dos empresários. Mas, que o comerciante que provar o prejuízo e quiser entrar na justiça está em seu direito.
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