Insatisfação de aliados poderá fazer com que governo seja derrotado na Câmara, avalia  

Após ser derrotada no Senado Federal pela própria base de apoio, a presidente Dilma Rousseff (PT) adotará cautela nas próximas votações consideradas polêmicas. Entre elas está o Código Florestal, previsto para ser apreciado pela Câmara dos Deputados nesta terça e quarta-feira (14). 

Na última semana, a indicação de Bernardo Figueiredo à direção da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) foi rejeitada por 36 dos 67 senadores que votaram. A investida da base foi interpretada como uma resposta a uma possível perda de espaço dos partidos aliados dentro do governo petista.

Para o deputado federal Geraldo Resende (PMDB), coordenador da bancada sul-mato-grossense na Câmara, o Governo Federal deverá adiar a votação do novo Código Florestal com receio de ser derrotado mais uma vez, agravando a crise no Planalto Central.  

“Acredito que com o clima que está no Congresso Nacional a votação não ocorrerá. Desde a rejeição do Bernardo Figueiredo na ANTT, o clima de insatisfação do PMDB ficou claro e isso acaba reproduzindo nos demais partidos”, opinou o coordenador da bancada sul-mato-grossense em Brasília.

Um dos apoiadores do manifesto que pede mais espaço para o PMDB no governo da presidente Dilma, Geraldo Resende afirmou que a legenda deve ser tratada como “protagonista” na administração petista. “O PMDB hoje tem sido tratado como coadjuvante”, criticou.

Em Mato Grosso do Sul, o parlamentar citou como exemplo a nomeação do ex-deputado Pedro Teruel (PT) para superintendência estadual da Funasa (Fundação Nacional de Saúde em Mato Grosso do Sul). 

O ex-deputado estadual entrou em substituição a Flávio da Costa Britto Neto, que havia sido indicado pelo próprio Geraldo Resende. “O PMDB se sentiu traído. A troca na Funasa, durante o período de férias, foi um golpe”, definiu.