Além da falta de transparência, os estudantes afirmam que 700 cobradores foram demitidos no ano passado e que isso deveria refletir em um valor mais baixo na tarifa e não o contrário

”Nossa, nossa, assim você me mata. Se aumenta a tarifa nós pulamos a catraca”, é o que diziam em coro centenas de estudantes e representantes de sindicato dos motoristas, em uma ato público organizado no centro da Capital. Eles reivindicam que o aumento da tarifa de ônibus, de R$ 2,70 para R$ 2,85, previsto para ser cobrado a partir de amanhã (1), foi reajustado por parte da Prefeitura, sem a consulta da população e justificativa plausível.

“No ano passado foi feita uma audiência pública, por parte da Prefeitura, em que eles discutiam com a população o aumento da tarifa e os índices que levaram ao valor de R$ 2,70. Neste ano, a discussão foi feita as escondidas e os usuários não aceitam o aumento”, afirma o publicitário e integrante do Comitê Rio +20, que apoia movimentos estudantis e causas ambientais, indígenas e sociais, Rodrigo Mota.

Além da falta de transparência, os estudantes afirmam que 700 cobradores foram demitidos no ano passado e que isso deveria refletir em um valor mais baixo na tarifa e não o contrário. “Pretendemos entregar uma carta aberta ao prefeito em que exigem o congelamento do valor da passagem de ônibus e também não descartamos a intenção de mover uma ação no Ministério Público, questionando a falta de transparência neste ato”, afirma o manifestante Mota.

Anterior ao manifesto, os estudantes já estavam organizando um debate na mídia social, em que conseguiram ao menos 400 adeptos. “Nós também entregamos panfletos em frente às escolas da região central da cidade e o nosso percurso começou na Avenida Afonso Pena com a Rua Treze de Maio, parando na hora da saída dos estudantes da Escola Estadual Joaquim Murtinho e por final em frente a Prefeitura da Capital, onde entregamos o documento”, explica Mota.

Em apoio aos deficientes físicos e os motoristas, os estudantes pedem também melhorias no atendimento prestado, subsídio das gratuidades e o aumento no salário dos motoristas de coletivos. “Levantamos a bandeira dos deficientes, que ficam sem pegar o ônibus quando estão muito cheios, já que os motoristas não param, reivindicando a acessibilidade na prática”, conta Mota.

Planilha de Custos

A apresentação da planilha de custos foi pedida pelo vereador Alex do PT em documento enviado ao prefeito Nelson Trad Filho (PMDB), no dia 18 de fevereiro, um dia após a publicação que autorizou o aumento em Campo Grande.

Segundo o vereador, o requerimento pede que um técnico da prefeitura apresente a planilha e explique item a item que justifique o aumento. “Não dá para ser uma apresentação de planilha fria, no sentido que não tenha alguém especialista que explique cada item”.

Créditos

A Assetur (Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano) explica que a quantidade de créditos que os usuários já tenham no cartão não vai ser alterado com o aumento. Isto é, se você comprar hoje 10 créditos de passagem pagará R$ 27. Amanhã a mesma quantidade custará R$ 28,50.