“A PHAC está a beira de uma explosão”, afirmou o presidente da Comissão Criminal da Ordem dos Advogados de Dourados (OAB), Maurício Hasslan, ontem à tarde, logo após uma visita à penitenciária de Dourados. Segundo ele, o presídio está abrigando 1723 presos, quando a capacidade máxima dele é 718, o que torna a situação “insustentável”.

Enquanto visitava o presídio, Hasslan presenciou a chegada de um ônibus que trazia mais 32 internos transferidos de Campo Grande para Dourados, o que chocou o membro da OAB. “Isso já extrapolou todos os limites imagináveis”, advertiu indignado o advogado.

Rebelião

Maurício Hasslan disse, ainda, que o dentro do presídio é de “tensão”, já que o risco de uma rebelião é iminente em função da superlotação. Segundo ele, o número de agentes penitenciários é insuficiente para dar conta de tantos presos, além disso, o final de ano é um período em que as visitas aos presidiários aumentam, o que torna a situação ainda mais grave. “A PHAC está prestes a explodir”, reiterou Hasslan.

De acordo com Maurício, o presídio que tem capacidade para abrigar 723 internos estava acostumado a manter uma média de 1300, “o que já era um absurdo”, ressalta. Mas nos últimos meses a transferência de presos chegou ao “absurdo” de “amontoar na PHAC 1723 presos, o que faz da penitenciária um barril de pólvora”, denuncia Hasslan.

Em agosto deste ano o juiz da 3ª Vara Criminal, Francisco Vieira de Andrade Neto, afirmou que “a PHAC é uma bomba relógio”. O juiz ainda disse que a superlotação impede a ressocialização de presos o que leva estas pessoas a voltarem ao mundo do crime depois de cumprirem pena.

Recentemente o Governo do Estado anunciou um plano de ampliação de em alguns presídios do estado: Aquidauana (105), Ponta Porã (210), Dois Irmãos do Buriti (115), Naviraí (112) e do presídio feminino de Três Lagoas, com 105 vagas, perfazendo 423 novas vagas em presídios do Estado.