Sorteio em debate sobre agronegócio gera polêmica entre candidatos à prefeitura

O candidato Vander Loubet (PT) se irritou porque o candidato governista Edson Giroto foi sorteado três vezes pelo Sindicato Rural para fazer a réplica às perguntas feitas aos seis candidatos presentes.

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O candidato Vander Loubet (PT) se irritou porque o candidato governista Edson Giroto foi sorteado três vezes pelo Sindicato Rural para fazer a réplica às perguntas feitas aos seis candidatos presentes.

O fórum de discussão entre os candidatos à prefeitura de Campo Grande promovido na noite desta segunda-feira (17) em Campo Grande pelo Sindicato Rural gerou polêmica entre os seis dos sete candidatos que compareceram para discutir propostas para os homens do campo.

Suel Ferranti (PSTU) foi o único dos sete candidatos a não comparecer ao debate, que teve início às 19h20. Todos os candidatos tiveram direito a responder uma pergunta cada, mas a confusão foi feita na hora da réplica, feita por sorteio.

De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Ruy Fachini, os assessores concordaram previamente com as regras do fórum, não tendo motivo para o questionamento levantado pelo candidato Vander Loubet (PT).

Ele perguntou ao mediador, o jornalista Osmar Bastos, porque o candidato governista Edson Giroto fez três réplicas, enquanto os outros candidatos só tiveram o direito de responder às perguntas.

Após ouvir a explicação de que isso se deu graças ao sorteio realizado, Vander retirou um dos papéis de dentro da urna, de vidro transparente, e questionou. “O papel está assim, tentem só adivinhar quem eu tirei?”, disse, alegando que o nome do candidato sorteado poderia ser visto.

Ao final do fórum, o candidato Alcides Bernal se manifestou, agradecendo pelo direito de falar. “Finalmente vou poder falar agora”, brincou.

Propostas

Cada candidato pode responder sobre temas como transporte rural, estradas para escoamento da produção, saúde, educação para o homem do campo, cinturão verde e investimentos. O candidato Alcides Bernal (PP) foi o primeiro a responder sobre investimentos para os pequenos produtores.

“Recebemos R$ 25 milhões do Fundersul e devemos priorizar a agricultura familiar. O meu compromisso é com a produção, garantir que os produtores do Ceasa sejam respeitados. Em relação ao estímulo a produção, ele não deve se limitar a um ônibus no paço municipal, temos que estender o acesso a agricultura às feirinhas dos bairros”.

O candidato Reinaldo Azambuja (PSDB) respondeu sobre educação e destacou que a falta de um transporte coletivo rural de qualidade atrapalha. “A isso se deve a falta de fixação dessas pessoas nas áreas rurais. É preciso que o aluno tenha qualidade para ir e voltar da escola para que as famílias não precisem migrar para os centros urbanos, mas as estradas rurais estão em péssimo estado”, disse.

Vander Loubet (PT) falou sobre a segurança nas escolas rurais, que não têm a guarda municipal. “A questão da falta de guardas pode ser discutida democraticamente como quando construímos um diálogo entre o Fundersul e o governo Zeca. Isso pode ser feito inclusive aliando a polícia militar nesse combate pela segurança”.

Sobre a falta de unidades de saúde 24 horas nos distritos de Anhanduí e Rochedo, os produtores questionaram se Sidney Melo (PSOL) se comprometeria a construir um espaço adequado.

“É preciso mais que isso, não deve ser cobrado como compromisso, mas sim como objetivo de cada um dos candidatos. Para isso, é preciso qualidade na gestão dos recursos na saúde. Se não há um médico atuando lá para emergência, superlota as unidades de Campo Grande”, defendeu.

Marcelo Bluma (PV) falou sobre como resolver a questão do Cinturão Verde de Campo Grande e estimular para que a produção hortifrutigranjeira chegue à mesa das escolas. “É preciso reconhecer o que está sendo feito, como o estímulo à produção orgânica. Nós queremos ampliar muito mais para aproveitar o potencial dessa área em Campo Grande”.

O último candidato a responder foi Edson Giroto, que foi questionado como fortalecer a educação para o homem do campo com cursos que o estimulem a permanecer cuidando das propriedades rurais.

“A prefeitura fornece o ensino fundamental, mas precisa se unir com o governo federal com o Pronacampo e parceria com os sindicatos e a Famasul para formar essa pessoa, para que permaneça no campo, seja vocacionado para cuidar da terra”.

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