O coordenador do programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), Celso Martins, afirmou durante o giro tecnológico “Utilização de Sistemas integrados com Lavoura, Pecuária e Florestas  para Produção de Alimentos em Áreas Degradadas”, no Showtec 2012, que as linhas de financiamento para o programa são pouco acessadas pelos produtores. “É uma linha nova, que iniciou em 2010, mas também existe pouco conhecimento dos produtores rurais”, informou.
 
A linha de crédito tem juros baixos, de 5,5% a.a., e um recurso total de R$ 3,15 bilhões para o País. Conforme o coordenador do programa, cerca de 200 propostas foram apresentadas para obtenção de recursos, e 20 estão em processo de aprovação. “O banco também precisou de instrução para saber como é o projeto e qual a análise que precisa ser feita em relação as propostas”, explicou.
 
As atividades beneficiadas pelo programa ABC são o plantio direto, recuperação de pastagem degradadas, atividade de reflorestamento, integração lavoura-pecuária.
 
O pesquisador e diretor da Fundação MS, Dirceu Luiz Broch, informou que investir em sistema de integração lavoura-pecuária é uma oportunidade para obtenção de recursos do programa. Dirceu, em sua palestra “Experiência da Fundação MS na Produção de Alimentos em Áreas de Pastagem Degradadas utilizando Integração Lavoura-Pecuária”, formatou a experiência de duas propriedades: uma só com pecuária e outra só com agricultura, e exemplificou os riscos, vantagens e desvantagens.
 
Os custos para atividades com a agricultura é, em média de, R$ 2.500 hectares/ano e de pecuária de R$ 150 ha/ano. Apesar do baixo custo, colocar os ovos todos numa cesta só, é um risco para a atividade rural. Além disso, a pecuária tem uma rentabilidade menor que a agricultura, podendo ser até 16 vezes menor. “Cerca de 90% das áreas de pastagem degradada são de baixa produtividade”, apontou.
 
Broch explicou ainda que para que o sistema funcione é necessário seguir todos o processo sem deixar lacunas. É preciso ter técnico especializado, fazer um mapa da propriedade, perfil do solo. “É necessário um bom planejamento”, finalizou.