Sobe para dez número de vítimas da chacina na Chatuba
A Polícia Civil localizou hoje à tarde na área conhecida como Curral, na Chatuba, enterrados em um terreno dentro da área do Exército, no Campo de Instrução de Gericinó, os corpos de mais duas vítimas da chacina, ocorrida no último sábado (8) na área de Mata Atlântica, que compreende parte de Dedoro, na Vila Militar, […]
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A Polícia Civil localizou hoje à tarde na área conhecida como Curral, na Chatuba, enterrados em um terreno dentro da área do Exército, no Campo de Instrução de Gericinó, os corpos de mais duas vítimas da chacina, ocorrida no último sábado (8) na área de Mata Atlântica, que compreende parte de Dedoro, na Vila Militar, na capital fluminense e corta os municípios vizinhos de Nilópolis e Mesquita, na Baixada Fluminense. Com os dois corpos, sobe para dez o número de vítimas da chacina na Chatuba.
Uma das vítimas localizadas pela polícia foi identificada pela família, por meio de uma tatuagem e das roupas do corpo, como José Aldeci da Silva Júnior, de 17 anos, que tinha saído de casa em Nilópolis para caçar passarinhos na mata e foi surpreendido pelos traficantes, sequestrado, torturado e morto. A outra, encontrada no mesmo lugar, ainda não foi identificada pela Polícia Técnica.
Seis jovens assassinados por traficantes de drogas na fim de semana tinham saído de Nilópolis para tomar banho em uma cachoeira, na parte de mata fechada no município de Mesquita, onde os traficantes da Chatuba, tinham acampamentos montados e escondiam as armas pesadas da quadrilha.
Além deles, o diácono Alexandre Lima, 37 anos, de uma igreja evangélica de Nilópolis, saiu para caminhar no sábado pela manhã, na área de mata, ouvindo música gospel com um fone de ouvido. Segundo testemunhas do crime, ele foi assassinado por traficantes por não ter ouvido a ordem de parar e foi atingido por tiros.
A décima vítima do mesmo grupo foi um aspirante a cadete da Polícia Militar (PM) que estava com uma namorada em um bar na região e foi levá-la em casa na Chatuba. Na volta, o cadete se perdeu pelas ruas da comunidade e foi cercado por traficantes armados.
Por desconhecer o esquema de entrada de carros na favela, onde os veículos têm de estar com o farol desligado e o pisca-alerta aceso, o militar foi parado pelos bandidos. Por não ter ido comprar drogas e não ser morador da área, foi revistado e a carteira de militar foi encontrada pelos traficantes. Ele foi assassinado com um tiro na cabeça.
O delegado Júlio da Silva Filho, encarregado do inquérito, apresentou hoje dois adolescentes de 15 e 16 anos apreendidos pela polícia e que teriam participado diretamente das execuções. O policial disse que os dois participaram das mortes dos seis jovens e várias testemunhas dos crimes já tinham passado informações sobre os menores na participação das execuções.
O diretor-geral de Polícia Técnica e Científica, Sérgio Henriques, esteve na Delegacia de Mesquita e comentou os laudos da perícia. Segundo ele, todos os seis jovens assassinados “tinham marcas de tortura, facadas na região do pescoço e tiros à queima-roupa na cabeça”.
A Polícia Militar continua ocupando a comunidade da Chatuba, em Mesquita, por tempo indeterminado. Homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Choque da PM, com auxílio de dois blindados e cães farejadores fazem patrulhamento dia e noite na região.
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