Sky recusa pedido de espaço para canal comunitário

A empresa Sky alegou “motivos técnicos” para recusar um canal a entidades comunitárias, disse o primeiro vice-presidente da Associação Brasileira de Comunicação Comunitária (ABCCOM), Paulo Miranda, nesta segunda-feira (26), em debate na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). Para o dirigente, as empresas comerciais de TV por assinatura têm a “obrigação mo…

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A empresa Sky alegou “motivos técnicos” para recusar um canal a entidades comunitárias, disse o primeiro vice-presidente da Associação Brasileira de Comunicação Comunitária (ABCCOM), Paulo Miranda, nesta segunda-feira (26), em debate na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). Para o dirigente, as empresas comerciais de TV por assinatura têm a “obrigação moral” de ceder espaço a conteúdo de interesse comunitário, uma vez que se beneficiam de um mercado altamente lucrativo.

– Que motivo técnico é esse? Uma empresa vem para o Brasil e ganha um dinheirão, e se recusa a nos conceder um canal para a veiculação de nossa imagem enquanto passa o lixo internacional – criticou.

Paulo Miranda ressaltou ainda a importância de as TVs comunitárias serem reconhecidas como fomentadoras de cultura e centros de capacitação técnica. Esses dois pontos fazem parte da pauta de lutas da entidade.

As vantagens desse papel formador para as próprias empresas privadas de televisão foram assinaladas por outros debatedores. Entre eles José Roberto Schiavinato, vice-presidente da Associação dos Canais Comunitários de São Paulo (Acesp).

– Hoje o pessoal que começa nas emissoras comunitárias acaba se especializando e vai para o mercado. Aliás, muitos programas originários do universo comunitário migram para as emissoras comerciais – observou.

Schiavinato explicou que o mais caro é produzir programas e treinar pessoas até que alcancem nível técnico satisfatório.

O representante da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), Ricardo Lima, apoiou as reivindicações das emissoras comunitárias, e elogiou o papel que têm na democratização da informação e da difusão cultural.

– Nos operamos em rede. Quanto mais conteúdo em rede, melhor – observou.

Um dos temas do debate foi justamente a necessidade de se estabelecer um operador de rede, de modo que as emissoras possam compartilhar conteúdos.

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