Sindicato denuncia falta de condições de trabalho e atendimento na Santa Casa

O Sindicato de Enfermagem do Estado de Mato Grosso do Sul (SIEMS), informa que encaminhará denúncia na próxima segunda-feira (19) ao Ministério Público Estadual e Federal sobre a falta de condições de trabalho e atendimento aos pacientes da Santa Casa de Campo Grande. Conforme o secretário geral do SIEMS, que também é membro do Conselho […]

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O Sindicato de Enfermagem do Estado de Mato Grosso do Sul (SIEMS), informa que encaminhará denúncia na próxima segunda-feira (19) ao Ministério Público Estadual e Federal sobre a falta de condições de trabalho e atendimento aos pacientes da Santa Casa de Campo Grande.

Conforme o secretário geral do SIEMS, que também é membro do Conselho Local de Saúde do Hospital, Lázaro Santana, as denúncias não são novas, mas a situação se agravou e estão embasadas em imagens (vídeos) da situação “improvisada a que são submetidos pacientes e profissionais em Enfermarias de Cuidados Intensivos (ECI’s)”.

“Desde outubro do ano passado temos cobrado da administração uma solução para o problema. Na realidade já havíamos denunciado essas péssimas condições de trabalho e assistência, falta de estrutura e superlotação. Em 2010 já foram veiculadas em mídia nacional imagens de pacientes de alta complexidade sem respiradores, ambusados manualmente pelos profissionais. Agora o problema é que criaram essas alas chamadas ECI’s, que recebem pacientes que foram realocados dos CTI’s, sem as condições estruturais adequadas e sem o contingente de pessoal necessário. Ou seja, pacientes de alta complexidade com respiração artificial, em coma, não dispõe do número de técnicos e enfermeiros necessários para suas condições de saúde. Chegamos a enfrentar plantões nas alas 1º B e 1º C com dois técnicos e um enfermeiro para atender 45 pacientes que necessitavam de cuidados especiais”, destacou Lázaro, acrescentando o pedido para seja revisto o critério de transferência destes pacientes para as ECI’s.

O sindicalista ressalta que nesta quarta-feira as denúncias foram apresentadas durante uma reunião na Santa Casa com a presença do diretor presidente Issam Moussa, a secretária estadual de Saúde Beatriz Dobashi, diretores administrativos e técnicos do hospital, gerência de enfermagem, Conselho Local e o SIEMS.

A presidente do SIEMS, Helena Delgado, ressaltou que foram encaminhados ofícios fazendo essas e outras denúncias à diretoria da Santa Casa e ao Conselho Local de Enfermagem, sem nenhuma resposta.

“Denunciamos várias vezes na imprensa alertando sobre o risco de prejuízo a saúde dos pacientes tendo em vista a sobrecarga de trabalho, péssimas condições estruturais e laborais da equipe de enfermagem. Estamos tomando a atitude drástica de oferecer denúncia ao MPE e MPF porque nada mudou, pelo contrário. As condições estão cada vez pior. Fizemos um levantamento e de seis meses pra cá, 116 trabalhadores de enfermagem pediram demissão, sem a reposição destas vagas. A taxa de absenteísmo cresce. Os profissionais ficam sobrecarregados, estressados e acabam sem condições de trabalho. Também nos preocupamos com os pacientes que estão sob o risco de uma estrutura improvisada e uma assistência deficitária”, ponderou Helena.

Em junho deste ano o SIEMS organizou um manifesto na Santa Casa para cobrar melhores condições de trabalho.

“Trabalhamos de preto para chamar atenção da sociedade sobre o problema. Porque quando acontece uma falha no atendimento em saúde os pacientes culpam a equipe de enfermagem, mas não sabem da realidade precária que enfrentamos diariamente no maior hospital do Estado”, desabafou a enfermeira A. F. que não quis se identificar com medo de represarias da instituição.

Justificativa

Durante a reunião, a diretoria da Santa Casa se justificou quanto ao déficit de pessoal devido a “falta de profissionais no mercado” e não admitiu problemas no atendimento nas ECI’s.

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