De acordo com secretário geral do Sindisep, 60% dos servidores federais em Mato Grosso do Sul aderiram a greve

Cerca de 200 servidores federais protestam na manhã desta terça-feira (31), contra o sucateamento dos serviços públicos, em frente ao Bar do Zé, em Campo Grande. De acordo com lideranças do movimento de greve, o sindicato dos servidores federais tinha uma reunião marcada com Dilma hoje pela manhã, contudo foi transferida para o dia 17 de agosto.

A paralisação reúne servidores do Incra (Instituto Nacional de Reforma Agrária e Colonização), IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), técnicos administrativos da Universidade Federal, Funai (Fundação Nacional do Índio), Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e Funasa (Fundação Nacional de Saúde).

Eles questionam o sucateamento dos serviços públicos, a falta de concurso para novas vagas e as correções salariais. As manifestações estão sendo realizadas em todo o Brasil. Segundo o servidor do Incra, Daniel Yamamoto, o órgão conta hoje com o pior salário do executivo federal, além de que o número de servidores caiu de 8 mil para 5,7 mil, em 10 anos.

“O último concurso do Incra foi em 2010 e teve 500 aprovados. Contudo apenas 100 pessoas forma chamadas. Nosso quadro de funcionários vem reduzindo, enquanto o número de assentamentos duplicou”, declarou Yamamoto.

A manifestação conta ainda com uma caminhada que sai do Bar do Zé, segue pela rua 13 de Maio, Afonso Pena, 14 de Julho e volta para o Bar, na rua Barão do Rio Branco. No retono haverá uma reunião para discutir a continuidade do comando de greve. Segundo o secretário geral do Sindisep-MS (Sindicato dos Servidores Públicos Federais do Estado do Mato Grosso do Sul), Joel Lima França, 60% dos servidores federais em Mato Grosso do Sul aderiram a greve.

De acordo com Ana Beatriz, chefe de divisão da Funai em Campo Grande, os postos locais de atendimento ao índio precisam de reestruturação. Atualmente o Estado conta 70 mil indígenas, “na Capital, temos cerca de 10 mil índios urbanos e há casos em que funcionários têm que tirar dinheiro do próprio bolso para contribuir com o mínimo atendimento ao índio”, relata.

Segundo ela, atualmente Campo Grande conta com 45 funcionários, sendo que 12 estão para se aposentar.

População

Cristiane de Oliveira, 18 anos, paralisou o serviço na loja em que trabalha para assistir a manifestação. Questionada se sabia sobre o motivo da greve, a vendedora disse desconhecer, mas após conferir algumas faixas estendidas passou a entender. “Concordo com o motivo da manifestação, mas não tenho visto nada na TV sobre isso, por isso não sabia”, justifica.

(Editado às 10h45 para acréscimo de informações)